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Notícias / Arqueologia

Arqueólogos desvendam mistério de como pá de madeira de 3.500 anos ficou conservada

Descoberta arqueológica surpreende ao revelar rara pá de madeira da Idade do Bronze em perfeito estado de conservação em Dorset, no Reino Unido

Redação Publicado em 23/10/2024, às 11h30

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Pá de madeira de 3.500 anos da Idade do Bronze - Wessex Archaeology
Pá de madeira de 3.500 anos da Idade do Bronze - Wessex Archaeology

Arqueólogos fizeram uma descoberta notável ao desenterrar uma rara pá de madeira datada de aproximadamente 3.500 anos. Esta relíquia foi encontrada por especialistas da Wessex Archaeology durante um projeto voltado para a criação de habitats costeiros em Poole Harbour, Dorset, na Inglaterra.

Considerada uma das ferramentas de madeira mais antigas e completas já encontradas no Reino Unido, a pá teve sua origem na Idade do Bronze confirmada por análises preliminares.

Os pesquisadores acreditam que as condições encharcadas do local da escavação foram fundamentais para a preservação deste artefato, proporcionando valiosos insights sobre como comunidades antigas interagiam com o meio ambiente.

A preservação de materiais orgânicos como madeira ao longo de milênios é incomum, tornando esta descoberta ainda mais significativa. Até então, apenas outra ferramenta de madeira da Idade do Bronze, a Pá Brynlow, encontrada em uma antiga mina em Cheshire, havia sido desenterrada no Reino Unido.

A descoberta da pá

A descoberta ocorreu durante as escavações arqueológicas do projeto Moors at Arne, que visa desenvolver 150 hectares de áreas úmidas para compensar a perda de habitat devido às mudanças climáticas. O arqueólogo Phil Trim, que liderou a recuperação da pá no local, descreveu a descoberta como "única na carreira" devido à sua importância histórica.

Trim expressou sua surpresa ao perceber que o objeto, inicialmente suspeito de ser uma raiz de árvore, era na verdade uma ferramenta quase completa. "Foi um momento indescritível e emocionante," comentou ele, repercute o The Independent.

A pá foi localizada em um fosso circular, que os pesquisadores acreditam ter sido construído por comunidades da Idade do Bronze para gerenciar inundações. Evidências sugerem que essas comunidades não habitavam o local durante todo o ano, mas visitavam-no no verão para explorar recursos locais, como turfa e juncos para cobertura.

Ed Treasure, responsável pela análise ambiental da pá, explicou que a preservação foi facilitada pelas condições encharcadas que excluem o oxigênio. "Em um sítio arqueológico comum, restos orgânicos como madeira desapareceriam; porém, neste caso, eles podem se conservar por milhares de anos".

A Wessex Archaeology anunciou que a pá passará por esforços de conservação, incluindo secagem por congelamento para garantir sua longevidade. Será impregnada com um polímero solúvel em água para evitar seu encolhimento quando a água for extraída durante o processo de secagem por congelamento, permitindo seu armazenamento seguro.

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