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Notícias / Ciência

Neandertais também eram capazes de se comunicarem entre si

Hominídeos ancestrais e já extintos, nossos "primos" neandertais também eram capazes de se comunicar, embora não como os Homo sapiens sapiens

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 28/05/2024, às 09h51

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Crânio de neandertal - Getty Images
Crânio de neandertal - Getty Images

Ainda hoje, os antigos neandertais (Homo neanderthalensis) são razão para muito debate e estudos entre pesquisadores, por mais que já estejam extintos. Isso porque, indiscutivelmente, a existência desse outro grupo de hominídeos impacta na humanidade até hoje, considerando que ocorreram cruzamentos entre eles e os Homo sapiens sapiens.

Enquanto nós evoluímos na África, antes de nos dispersarmos ao longo de toda a Eurásia, os neandertais evoluíram e se propagaram dentro da Europa, até que foram extintos há cerca de 40 mil anos. Porém, além da questão geográfica, um fator muito importante para a diferenciação das espécies que pode ter sido decisivo para nossa sobrevivência é a comunicação.

Segundo um artigo publicado recentemente no The Conversation, um diferencial bastante marcante entre os humanos modernos e os neandertais são as diferenças de linguagem e pensamento, que são debatidas por pesquisadores há muito tempo. Novas evidências apontam que os cérebros dos humanos modernos possibilitam a apresentação de ideias abstratas e mais complexas por metáforas, o que diferenciava nossos cérebros dos neandertais.

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Apesar disso, também foi descrito em pesquisas mais recentes que os neandertais detinham de tratos vocais e vias auditivas bastante parecidos aos nossos, o que, anatomicamente, faria deles tão capazes de se comunicar através da fala quanto nós.

Vale mencionar também que a descoberta de lanças de madeira desses antigos hominídeos, utilização de resinas em ferramentas e pingentes e adornos corporais, marcas de simbolismo, reforçam a possibilidade de comunicação e relações sociais entre as duas espécies.

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Principal diferença

Por fim, o professor Steven Mithen, da Universidade de Reading, na Inglaterra, aponta no artigo que enquanto palavras já eram proferidas por hominídeos ainda mais antigos, como o Homo erectus, há cerca de 1,6 milhões de anos. Essas palavras e sons eram transmitidos de geração em geração, o que acabaria por levar ao surgimento de palavras arbitrárias e regras de sintaxe, de forma que os H. sapiens e os neandertais possuíam capacidades linguísticas e cognitivas equivalentes.

Porém, à medida que as espécies de diferenciavam e evoluíam, o cérebro dos H. sapiens colaborou com a compreensão de palavras, ideias e grupos semânticos, em contramão aos neandertais. Assim, nossa espécie conseguiu pensar e se comunicar através até mesmo de metáforas, o que permite o traçamento de uma linha mais precisa entre conceitos e ideias destes grupos de hominídeos.