“Aotearoa é um nome que vai unificar nosso país em vez de dividi-lo”, afirmou o líder Rawiri Waititi
Uma petição feita pelo partido Māori da Nova Zelândia recebeu mais de 3 mil assinaturas apenas depois de duas horas e meia após ter sido lançada online. Trata-se da proposta de mudar o nome oficial do país para Aotearoa, na língua indígena Māori, como relatou o jornal The Guardian.
“Já passou da hora de o Te Reo Māori [a língua indígena] ser restaurado ao seu devido lugar como a primeira e oficial língua deste país”, afirmaram os líderes do partido Te Pāti Māori, Rawiri Waititi e Debbie Ngarewa-Packer em um comunicado divulgado nesta terça-feira, 14. “Somos um país polinésio — somos Aotearoa.”
O político Rawiri Waititi falou mais sobre o assunto, comentando sobre os argumentos contrários à mudança. Segundo ele, “Aotearoa é um nome que vai unificar nosso país em vez de dividi-lo”.
“Outros estão tentando usá-lo como uma ferramenta divisiva, mas esta é uma ferramenta inclusiva, onde nossos ancestrais consentiram que todos nós vivêssemos nesta quando [terra] juntos. Nova Zelândia é um nome holandês. Até os holandeses mudaram de nome [de ‘Holland’ para ‘Netherlands’], pelo amor de Deus!”, afirmou.
Além da mudança oficial do nome do país, a petição também pede que o governo identifique e restaure oficialmente os nomes na língua indígena originais “para todas as vilas, cidades e lugares em todo o país” nos próximos cinco anos, projeto que deverá ser concluído até 2026.
Os líderes políticos afirmam que a “a imposição de uma agenda colonial no sistema educacional” e os governos fizeram com que a fluência da língua caísse de 90 a 20% nos últimos 90 anos entre os Māori.
A questão também já foi mencionada pela primeira-ministra da Nova Zelândia Jacinda Ardern. No ano passado, ela afirmou: “Ouço cada vez mais o uso de Aotearoa alternadamente com a Nova Zelândia e isso é uma coisa positiva. Quer mudemos ou não na lei, não acho que mude o fato de que os neozelandeses se referem cada vez mais a Aotearoa, e acho que essa transição foi bem-vinda.”