Retratado em novo filme, o serial killer Rodney Alcala apareceu em programa de TV dos Estados Unidos
Morgan Rowan, que sobreviveu a ataques do serial killerRodney Alcala na adolescência, revelou recentemente como tentou alertar a polícia sobre ele muito antes de sua notoriedade.
O primeiro encontro ocorreu em um clube para adolescentes em Hollywood, quando Morgan tinha apenas 13 anos e Alcala, 21. Ela foi atacada de forma violenta, mas o caso não foi levado à polícia a pedido dela mesma, com o dono do estabelecimento prometendo que Alcala seria banido do local.
O segundo caso aconteceu três anos depois, em 1968, quando Alcala a agrediu durante uma festa. Morgan, então com 16 anos, relatou o ocorrido, mas foi descreditada pelas autoridades, que minimizaram a gravidade da situação e deixaram seu relato sem resposta.
"Eles me viam como uma 'hippie do amor livre' e desconsideraram o que sofri", relembra ela em entrevista ao The Mirror. Morgan manteve o trauma guardado em segredo por décadas.
Após 40 anos de silêncio, Morgan encontrou forças para compartilhar sua história ao se reconectar com Tali Shapiro, outra vítima sobrevivente de Alcala. “Foi Tali quem me deu coragem para deixar de me ver como vítima e me perceber como sobrevivente”, disse ela, relatando que a troca de apoio entre as duas ajudou na superação do trauma.
Morgan também expressou frustração com a falta de ação das autoridades que libertaram Alcala após ele ter sido preso por um ataque à Shapiro. “Eles não o mantiveram preso pelo que fez com Tali; imagine o que fariam por mim”, comentou, destacando a negligência que permitiu que Alcala continuasse sua série de crimes.
Com a recente estreia do filme de Anna Kendrick sobre os crimes de Alcala, Morgan decidiu falar publicamente sobre o que viveu. Embora inicialmente tenha temido que a produção pudesse promover a figura de Alcala, ela elogiou a produção pela tensão e execução, mesmo que o ator não capturasse completamente o perfil do criminoso.
"Alcala era charmoso, sorridente, manipulador. Foi assim que ele passou tanto tempo despercebido", explica ao The Mirror.
Para Morgan, a mensagem central do filme — que enfatiza a importância de confiar nos próprios instintos — é essencial. Cheryl Bradshaw, uma das participantes do 'The Dating Game', rejeitou Alcala após o programa devido a uma sensação de desconforto com ele. “Confiar em nossos instintos pode salvar vidas”, destacou Morgan.
Morgan lançou recentemente 'Stolen From Sunset', um livro autobiográfico no qual relata seus encontros com Alcala e incentiva outras mulheres a compartilharem suas histórias. “As mulheres precisam entender que não devem ser apenas 'boas meninas' e ficarem caladas. Se algo estiver errado, é preciso agir, sair, se proteger”, afirma.
Hoje com 72 anos, Morgan encontrou paz para contar sua história e inspirar outros sobreviventes a também lutarem por sua própria recuperação. “Quando o mal toca você, ele te transforma, mas não te define”, conclui.