Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Haiti

Ambulância dos 'Médicos Sem Fronteiras' é emboscada no Haiti e dois pacientes morrem

Segundo relatos, caso aconteceu em abordagem violenta da polícia do país, que enfrenta uma profunda crise humanitária desde 2021

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 13/11/2024, às 18h30

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Ambulância atacada no Haiti - Getty Images
Ambulância atacada no Haiti - Getty Images

A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) informou que pelo menos dois de seus pacientes foram mortos após um ataque a uma de suas ambulâncias na capital do Haiti, Porto Príncipe.

De acordo com MSF, os membros da equipe foram violentamente agredidos na última segunda-feira,11, quando "membros de um grupo de vigilantes e policiais" interceptaram a ambulância, que transportava três jovens feridos a bala. O veículo foi parado a cerca de 100 metros do hospital da MSF, localizado na área de Drouillard, quando os policiais tentaram prender os pacientes.

Em seguida, a ambulância foi redirecionada para um hospital público, onde "agentes de segurança e membros de um grupo de autodefesa cercaram a ambulância, esvaziaram os pneus, lançaram gás lacrimogêneo contra a equipe da MSF e forçaram a saída dos profissionais", informou a organização. Os pacientes feridos foram levados para um local próximo, onde pelo menos dois deles foram executados.

A MSF declarou que seus membros da equipe foram "violentamente agredidos, insultados, alvejados com gás lacrimogêneo, ameaçados de morte e mantidos contra sua vontade por mais de quatro horas antes de serem liberados". A ambulância foi danificada e retirada de circulação após o ataque.

Violência

Christophe Garnier, chefe de missão da MSF, comentou que o ataque foi uma "exibição chocante de violência", que coloca em risco a capacidade da organização de continuar oferecendo cuidados essenciais à população haitiana.

No ano passado, a clínica de emergência da MSF precisou fechar brevemente depois que um paciente gravemente ferido, suspeito de ser membro de uma gangue, foi arrastado de uma ambulância, espancado e morto a tiros.

A MSF é uma das últimas organizações humanitárias internacionais ainda atuando no Haiti, que está mergulhado em uma crise profunda desde o assassinato do presidenteJovenel Moïse em 2021.

A violência entre as forças de segurança, grupos de autodefesa e uma coalizão de gangues políticas, conhecida como Viv Ansanm (Viver Juntos), já resultou na morte de milhares de pessoas. A crise humanitária foi agravada pelo fechamento de várias clínicas e hospitais, incluindo o maior hospital público do país, o Hospital Geral.

A chegada de uma missão policial internacional liderada pelo Quênia, em junho, provocou uma breve diminuição da violência, mas nas últimas semanas houve uma nova escalada, com as gangues fortemente armadas intensificando sua tentativa de dominar completamente a capital haitiana.

Na terça-feira, os Estados Unidos anunciaram a proibição de todos os voos civis para o Haiti por um mês, um dia após três aeronaves em aproximação ou decolagem de Porto Príncipe terem sido atingidas por disparos.