A instituição de caridade teria usado fotografias de pessoas em estado vulnerável para financiar seus serviços
A organização de ajuda humanitária conhecida como Médicos sem Fronteiras (MSF) foi criticada através de uma carta aberta assinada por quase 50 funcionários que trabalham ou já trabalharam na instituição.
O alvo da desaprovação eram fotografias que explorariam as vivências traumáticas dos indivíduos atendidos pelo órgão de caridade, aumentando assim a vulnerabilidade da situação deles.
Alguns dos inúmeros exemplos citados são a imagem de um menino com cólera chorando de dor, e a de uma adolescente de 14 anos que procurava assistência médica após ser vítima de um episódio de estupro coletivo, segundo informações repercutidas pelo The Guardian.
As fotografias criticadas seriam comercializadas como forma de arrecadação de fundos para o Médico sem Fronteiras, atitude considerada antiética pelos que participaram da elaboração da carta.
Um dos signatários do documento, Hassaan Zahid, que já trabalhou para a instituição e é o criador do movimento "Decolonize MSF" (ou "Descolonize o MSF" em tradução livre"), afirmou:
Todo o modelo de negócios de MSF é baseado na venda da miséria humana, que é parte de sua herança colonial. Enquanto esse modelo de negócios permanecer o mesmo, continuaremos a roubar a dignidade dos pacientes em nome das operações de financiamento”.