Internada por apendicite, a mulher acordou de cirurgia sem as pedras e a vesícula
O que inicialmente parecia ser uma dor nas costas se transformou em um pesadelo para Ludmila Lourenço,fotógrafa de 31 anos. Desde alimentação até as caminhadas pela rua, a mulher chegou a pensar que se tratava de algum problema de coluna quando assinou um plano com sessões de fisioterapia. Mas, uma crise de dores agudas no dia 1, fez ela ter noção de algo inacreditável. Foram contabilizadas 270 pedras presas em sua vesícula.
Ao acordar da cirurgia de remoção das pedras, recebeu todas em um saco e foi contando uma por uma. Em relato repercutido pelo O Globo, a mulher falou que deu gargalhada enquanto tremia de medo, não acreditando na quantidade.
“Todo dia eu tinha dores e dores e dores, passei três anos à base de dipirona. Fui levando a vida, à base de remédios, comecei a ficar depressiva, a ter crise de ansiedade recorrente, já ficava com crise ansiosa quando sabia que ia comer, porque depois teria que ficar deitada”, falou a fotógrafa.
“Muita gente pergunta como aguentei (a dor, enquanto ainda trabalhava e cuidava do filho): não tinha outra opção, não aguentar é privilégio de rico; pobre tem que aguentar. Parei de sair com minhas amigas, porque eu ficava muito debilitada depois. Não doía só para comer, porque se eu corresse doía, se eu me esforçasse doía, e às vezes até dormindo: a vida foi parando”, disse.
Em abril deste ano, após ir mais uma vez ao pronto-socorro na região sul de São Paulo com fortes dores na barriga e nas costas, Lud (como gosta de ser chamada) foi avaliada, fez exames, a vesícula foi "considerada ok" e os médicos pensaram que o problema seria nas costas, tanto que fez até ressonância. Com as dores, chegou a tomar corticóides.
No final de maio, após uma viagem de ônibus de Florianópolis, a fotógrafa diz ter sentido uma dor sem precedentes: era apendicite aguda.
“Quando deitei na maca e ela bateu os dedos na minha barriga, já me contorci e, após uma tomografia, deu apendicite aguda. Mesmo tomando medicamento na veia, era impossível de dormir (internada) de madrugada, tamanha dor”, descreveu sobre impacto das dores.
No dia 1° de junho, durante a madrugada, a mulher foi internada para remoção do que até então acreditava ser o seu apêndice. Quando acordou, faltando poucas horas para o dia 2, soube que ao invés da parte intestinal, na verdade, a sua vesícula era a culpada pelos incômodos e foi removida.
Um enfermeiro me deu um saco cheio de pedras "olha o que tiraram de você". Ele falou que era da vesícula. Meio anestesiada ainda, questionei: "'Vocês tiraram a vesícula?' e, segundo o médico, não teve como não tirar, porque se não eu voltaria lá uns dias depois com ela estourada", encerrou Ludmila.