O mineral nunca antes visto foi retirado de um diamante garimpado em meados de 1987
Garimpeiros de diamantes da Botsuana, na África Austral, se decepcionaram em 1987, quando acharam um diamante com pedras pretas dentro, por acreditarem que a pedra não teria o valor comercial que buscavam. O diamante, no fim, foi vendido para um mineralogista dos Estados Unidos, que o guardou sem realizar qualquer teste no item.
Anos mais tarde, cientistas finalmente tiveram a chance de estudar a pedra e, assim, descobriram que as manchas pretas dentro do diamante são um mineral nunca antes visto, que só pode ser encontrado em locais de alta temperatura e pressão. O estudo foi publicado na semana passada pela revista Live Science.
O mineral foi preservado graças ao diamante e é um tipo de perovskita, possuindo uma estrutura cristalina definida. O nome da pedra, que é composto por perovskita de silicato de cálcio, se tornou davemaoíta.
O título é em homenagem a "Dave" Mao, um geólogo famoso do Centro de Pesquisa Avançada em Ciência e Tecnologia de Alta Pressão em Xangai.
Segundo a BBC, a davemaoíta é apenas uma pequena fração do que está no manto inferior da Terra, "provavelmente apenas 5% a 7%", de acordo com os pesquisadores, mas, ela pode mudar o jogo dentro do campo de estudos de minérios.
Ela foi testada de diferentes formas, já que, até então, os estudos eram conduzidos apenas a partir de uma réplica sintética do minério, devido a raridade dele, e a facilidade com a qual ele se desintegra. Quando o diamante em que as pedras estavam cristalizadas foi quebrado, os cientistas tiveram um segundo para fazer as análises, e depois disso, a davemaoíta tornou-se um cristal.
As descobertas, no entanto, são promissoras, porque os dados obtidos irão ajudar os cientistas a estudar a composição e processos subterrâneos do planeta Terra, além da formação de minerais em ambientes como esse e em meteoritos.