Afirmando ter 12 anos de idade, a mulher mobilizou autoridades no interior de São Paulo sobre suposta exploração em casa de prostituição
Uma suposta adolescente de 12 anos mobilizou autoridades de Jundiaí, no interior de São Paulo, alegando ter sido explorada sexualmente por anos em uma casa de prostituição em Fortaleza, no Ceará. Contudo, ao averiguar os dados da garota, descobriram que ela, na verdade, tem 34 anos e aplica golpes semelhantes há mais de uma década.
De acordo com comunicado divulgado pela Delegacia de Defesa da Mulher de Jundiaí (DDM) na última terça-feira, 6, ela tem registros de passagens no Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Minas Gerais, sempre se passando por adolescente vitimada sexualmente em busca de abrigo, alimentação e vestimenta.
Desta vez, afirmava ter sido levada para São Paulo após ser resgatada por um caminhoneiro que chegou a contratar seus serviços sexuais ainda no suposto cárcere no Ceará, mas que se arrependeu e a levou para o estado. Chegou a registrar uma denúncia, que serviu como base para a investigação que identificou o golpe da própria denunciante.
Em relato, ela afirmava que foi forçada a tomar injeções hormonais para acelerar o desenvolvimento do corpo, além de apontar que haviam outras meninas no local, com idades a partir dos 8 anos de idade, sofrendo torturas com queimaduras de cigarro caso se recusassem relações sexuais.
Na apresentação da denúncia, ela chegou a ser acolhida Casa Transitória de Jundiaí e, depois, pelo Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS) infanto-juvenil, como informa o portal UOL. Por lá, recebeu alimentação e acompanhamento psicopedagógico.
Entretanto, chamou atenção da polícia por apresentar "raciocínio incompatível" com uma criança que teria vivido reclusa da sociedade e escolaridade. Durante a investigação, a polícia encontrou uma reportagem, publicada há 12 anos, com uma imagem da garota, apontando no artigo que ela já teria 13 anos de idade na época.
Ao consultá-la, ela assumiu a fraude e confessou a idade irregular, além de justificar o motivo: "Ela confessou que tinha o costume de fazer isso, porque, há doze anos, quando o fez pela primeira vez, as pessoas se comoveram e a ajudaram com comida, abrigo, roupas, alimentação, remédios, dinheiro", informou a Polícia Civil.