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Notícias / Paleontologia

Loja dos EUA que vendia fósseis brasileiros diz que 'está disposta a devolvê-los'

Dono da loja Indiana 9 Fossils alegou "desconhecimento da ilegalidade" e que removeu os itens após receber uma "visita de autoridades"

Luiza Lopes, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 21/08/2024, às 11h15

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Reprodução/X (@PaleoCisneros) - Fósseis brasileiros de libélulas vendidos em site norte-americano
Reprodução/X (@PaleoCisneros) - Fósseis brasileiros de libélulas vendidos em site norte-americano

No início de 2023, o paleontólogo Juan Cisneros, da Universidade Federal do Piauí, denunciou nas redes sociais que a loja norte-americana Indiana 9 Fossils estava vendendo fósseis brasileiros, o que é ilegal.

A revista Superinteressante relatou o caso, destacando que os itens comercializados provinham da Chapada do Araripe, uma região entre Ceará, Pernambuco e Piauí.

Após a denúncia, a Indiana 9 retirou os fósseis brasileiros de seu site. Em comunciado, o proprietário, Merv Feick, alegou desconhecimento da ilegalidade e afirmou que removeu os itens após receber uma "visita de autoridades". Ele também admitiu nunca ter possuído a documentação necessária para os itens.

Investigação 

As denúncias levaram o Ministério Público Federal (MPF) a iniciar uma investigação, que foi encaminhada ao Departamento Federal de Investigação dos EUA (FBI).

À Superinteressante, Daniel Lima, do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, contou que confirmou a origem dos fósseis como sendo da Chapada do Araripe, região onde fósseis característicos, como libélulas, são altamente valorizados.

A Indiana 9 os vendia por valores altos, como uma pequena libélula por cerca de R$21.390. Para a Super, Feick negou participação na retirada ilegal dos fósseis do Brasil, afirmando que os adquiriu de um revendedor alemão que garantiu a legalidade das peças.

“Perguntei ao revendedor se os fósseis eram legais e ele disse que sim, que havia tirado todos eles do Brasil legalmente e que tinha a documentação na Alemanha para provar isso. Acreditávamos, então, que não havia nada de errado em vendê-las”, contou.

Feik assegurou que os itens "estão encaixotados e aguardando que o governo brasileiro solicite oficialmente que eles sejam recolhidos pelas autoridades e que sejam tomadas providências para a repatriação".

Repatriação

O caso está tramitando na justiça americana, e os fósseis só poderão ser repatriados após decisão judicial. O dono da loja se mostrou disposto a colaborar com as autoridades e a devolver os fósseis. 

A repatriação, quando ocorrer, deve retornar os fósseis à Chapada do Araripe, onde têm importância cultural e potencial para fomentar o turismo na região, segundo relatou Araújo Júnior, da Sociedade Brasileira de Paleontologia (SBP), à revista.