O pterossauro Haliskia peterseni é considerado a primeira criatura vertebrada a adquirir a capacidade evolutiva de voar; confira!
Publicado em 13/06/2024, às 13h15
Em 2021, um fazendeiro cultivador de abacates e paleontólogo amador chamado Kevin Petersen encontrou no oeste do estado de Queensland, na Austrália, vários ossos que logo percebeu que se tratariam de um fóssil. Com o fim das escavações, ele descobriu que aquilo era nada menos que uma nova espécie de pterossauro.
Segundo o artigo sobre a descoberta, publicado na última quarta-feira, 12, na revista Scientific Reports, os fósseis foram classificados como pertencentes a um animal de gênero e espécie até então desconhecidos, sendo chamado de Haliskia peterseni pela equipe de estudo da Universidade Curtin, em Perth.
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Vale mencionar que o estado de preservação do fóssil chamou bastante atenção dos pesquisadores. Ele foi encontrado 22% completo, fazendo dele o esqueleto de pterossauro mais completo já encontrado na Austrália, incluindo ossos como "mandíbulas inferiores completas, a ponta da mandíbula superior, 43 dentes, vértebras, costelas, ossos de ambas as asas e parte de uma perna", segundo comunicado.
Adele Pentland, autora principal do estudo e doutoranda na Escola de Ciências da Terra e Planetárias da Universidade Curtin, descreve o Haliskia peterseni em comunicado: "Com uma envergadura de aproximadamente 4,6 metros, Haliskia teria sido um predador temível há cerca de 100 milhões de anos, quando grande parte do centro-oeste de Queensland estava submersa, coberta por um vasto mar interior e posicionada globalmente onde a costa sul de Victoria [um estado australiano] está hoje".
Um fato curioso sobre o pterossauro, de acordo com a CNN Brasil, é que ele pode ter sido o primeiro animal vertebrado a adquirir, evolutivamente, a capacidade de voar. Ele viveu na mesma época que os demais dinossauros, na Era Mesozoica (de 251 milhões a 65 milhões de anos atrás).
Pterossauros são répteis alados que possuíam uma asa feita de uma membrana de pele, então, de certa forma, eles se assemelham a um morcego, mas são muito diferentes e de outro mundo em termos da forma de suas cabeças", acrescenta Pentland.
Também é descrito no estudo que ele teria se alimentado principalmente de peixes e cefalópodes como lulas no passado, mas necessitava retornar à terra, onde colocava seus ovos. Por sua vez, ele seria predado por outros répteis marinhos bem maiores, como o Kronosaurus, que possui apenas o crânio medindo 2,4 metros de comprimento.
Agora, o fóssil deve se juntar à coleção do museu de fósseis Kronosaurus Korner, onde Kevin Petersen é curador. O fazendeiro ainda acrescenta ao comunicado: "estou emocionado que minha descoberta seja uma nova espécie, já que minha paixão reside em ajudar a moldar nosso conhecimento moderno de espécies pré-históricas".