O boletim recente do The Washington Post descreveu a situação que enfrentamos em relação ao número de mortes, à ocupações dos leitos da UTI e outros aspectos
Em um boletim informativo publicado na seção de “análise” do jornal norte-americano The Washington Post nesta quarta-feira, 17, o veículo avalia o ritmo devastador que a pandemia assumiu no Brasil e o que isso significa para o restante do mundo.
O diagnóstico feito pelo jornal é preocupante, considerando a situação brasileira não apenas um “problema da América Latina”, mas um “problema global”.
“O Brasil está atrás apenas dos Estados Unidos em mortes e infecções relacionadas ao coronavírus. Mas enquanto o último está começando a lutar para sair da pandemia; no Brasil, o surto está pior do que nunca”, observa o jornalista Ishaan Tharoor, autor do artigo.
O texto explica a questão da ocupação dos leitos hospitalares das nossas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), que segundo o boletim mais recente divulgado pela Fiocruz, alcançou estado crítico em todos os estados com exceção de Rio de Janeiro e Roraima, que possuem ocupações de 79% e 73% respectivamente.
“Os pacientes estão sendo transferidos de um estado para outro - às vezes viajando centenas de quilômetros - em uma busca nacional por recursos hospitalares. Sem ventiladores, as enfermeiras bombeiam os pulmões dos pacientes infectados manualmente. Cemitérios estão ficando sem espaço para colocar os corpos. Contêineres refrigerados esperam do lado de fora dos hospitais para receber o transbordamento. Pessoas em todo o país estão morrendo em casa, sem receber tratamento”, explicou Terrence McCoy, jornalista do mesmo veículo que é citado no artigo.
A matéria do The Washington Post atribui parte da responsabilidade da crise ao presidente Jair Bolsonaro, destacando sua minimização da ameaça do coronavírus (comparando à gripe comum, por exemplo), e declarações de que o surto havia chegado ao fim em dezembro de 2020 e outras ações.
“Ele próprio contraiu o vírus, mas continuou a apregoar soluções não comprovadas e se enfureceu contra medidas de distanciamento social e outras precauções defendidas por funcionários regionais e seus adversários políticos”, afirmam os jornalistas norte-americanos.
Por fim, o texto é concluído com o fato do governo federal brasileiro ter recentemente pedido ajuda à China para remediar a falta de vacinas, o que foi divulgado pelo G1 na semana passada.