E isso tinha um significado muito especial, argumentam arqueólogos
Nem todo mundo virava múmia no Antigo Egito. Alguns eram enterrados de forma convencional, outros iam parar dentro de jarros, como na foto acima.
Os arqueólogos já sabiam da existência desses jarros, mas até agora estavam entendendo tudo errado. Essa é a conclusão da bioarqueóloga Ronika Power e o egiptólogo Yann Tristan, da Universidade Macquarie (Austrália), que revisaram esses achados.
Acreditava-se que os jarros eram uma solução precária com que famílias pobres lidavam com suas crianças mortas. Sem dinheiro para um enterro convencional, quem dirá uma mumificação, reciclavam os jarros da cozinha para o cemitério. Praticamente jogando no lixo.
Mas Power e Tristan chegaram a uma conclusão completamente diferente: ainda que não fosse um enterro de faraó, estava longe de ser um triste improviso. Estudando centenas de achados por todo o Egito, datados entre 3300 a 1650 a.C., eles fizeram algumas observações importantes. Primeiro, metade dos enterros em jarros não era de crianças, mas adultos. Depois, que nos mesmos cemitérios onde havia potes, também havia uma quantidade quase igual de caixões de madeira - que eram caríssimos no Egito, porque árvores são raridade por lá. Mas a maior prova está nos objetos achados dentro desses potes: ouro, marfim, ovos de avestruz decorados, peças de roupa ou até vasos menores.
Definitivamente, não podia ser um enterro improvisado. Segundo os cientistas, provavelmente os jarros tinham um significado especial para os egípcios. Eles podiam representar o útero ou também um ovo, simbolizando o renascimento no pós-vida.