Número recorde de diagnósticos de sindrome do choque tóxico vem gerando alerta entre as autoridades de saúde japonesas
As autoridades de saúde do Japão estão em alerta devido a um número recorde de diagnósticos de síndrome do choque tóxico (STSS) no país.
Mais de mil casos dessa doença rara — provocada pela bactéria Streptococcus pyogenes, também conhecida como “estreptococo do grupo A” — foram confirmados desde o início do ano.
Essa bactéria, conforme informações da revista Galileu, é responsável por doenças comuns, como a faringite estreptocócica, mas, no caso da STSS, a infecção ocorre no sangue e tecidos moles, podendo causar bolhas, úlceras, manchas escurecidas e necrose da pele.
O risco de infecção aumenta com a exposição de feridas abertas, tornando pessoas diabéticas, imunossuprimidas e idosos mais suscetíveis à doença.
Os principais sintomas incluem dores e inchaços nos braços e pernas, febre e queda da pressão arterial. Nos casos mais graves, há risco de necrose tecidual, piora respiratória e falência múltipla dos órgãos. A condição dos pacientes com STSS tende a piorar rapidamente, com uma taxa de mortalidade estimada em 30%, segundo o CDC dos EUA.
Não existe, até o momento, uma vacina aprovada contra o causador da STSS. O tratamento é feito com antibióticos e, em casos graves, cirurgia de emergência para remover partes necrosadas.
O Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Japão registrou 77 mortes pela STSS em março, principalmente em pessoas com mais de 50 anos. A razão para o aumento das infecções não é clara, mas pode estar relacionada ao relaxamento das medidas contra o coronavírus após a pandemia de Covid-19.
Andrew Steer, do Instituto Murdoch de Pesquisa Infantil da Austrália, explicou ao Washington Post que a menor exposição a vírus e outros patógenos durante a pandemia pode ter enfraquecido a resposta imunológica das pessoas. Ele ressaltou que a STSS e a infecção invasiva por estreptococo A são conhecidas há séculos, mas o aumento recente de casos exige atenção médica.