Descoberta inédita no Peru expande o conhecimento sobre a antiga civilização e desafia as teorias existentes sobre a criação dos enigmáticos desenhos
Uma equipe internacional de pesquisadores, liderada pelo arqueólogo japonês Masato Sakai da Universidade de Yamagata, anunciou nesta semana uma descoberta que promete reescrever a história da civilização Nazca. Utilizando a inteligência artificial, os cientistas identificaram 303 novos geoglifos no deserto peruano de Nazca, quase dobrando o número de figuras conhecidas até então.
Os geoglifos de Nazca, linhas e figuras gigantescas gravadas no solo há mais de 2.000 anos, são um dos maiores mistérios arqueológicos do mundo.
"O uso da inteligência artificial na pesquisa nos permitiu mapear a distribuição dos geoglifos com mais rapidez e precisão", explicou Sakai durante a apresentação dos resultados em Lima, repercute a BBC. A tecnologia permitiu analisar vastas quantidades de dados de imagens aéreas, identificando áreas com alta probabilidade de conter geoglifos e agilizando o trabalho de campo.
Entre as novas descobertas, destacam-se geoglifos em relevo que representam humanoides, cabeças decapitadas e animais domésticos, um contraste com os geoglifos tradicionais, caracterizados por linhas de grande escala que geralmente representam animais selvagens. Essa diversidade de representações sugere que os criadores dos geoglifos possuíam uma rica simbologia e uma complexa cosmovisão.
A pesquisa, publicada na prestigiosa revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), abre novas perspectivas para o estudo da civilização Nazca.
Os cientistas acreditam que a descoberta de tantos novos geoglifos pode fornecer pistas valiosas sobre a função desses desenhos na sociedade antiga, suas crenças religiosas e suas interações com o meio ambiente.