Agentes de polícia chegaram a culpar a vítima pelas agressões sofridas
A ausência de punição eficiente no caso de um homem que foi gravado agredindo sua companheira, bem como a culpabilização parcial da vítima promovida por policiais, gerou revolta na China. O ocorrido se deu na cidade de Xi'an, durante o lockdown, na semana passada.
As agressões, cometidas na frente do filho do casal, foram gravadas pelas câmeras de segurança da residência. Contudo, o registro não foi suficiente para que o agressor fosse devidamente punido.
Segundo informações da AFP, a polícia anunciou que o chinês teria de permanecer sob custódia por cinco dias e que depois seria solto, o que trouxe novamente à tona o debate sobre a ineficácia do sistema de criminalização da violência de gênero no país.
Mais tarde, policiais comunicaram que a briga aconteceu em razão das "palavras e ações extremas" da mulher, mas que ela já havia sido "criticada e educada".
"Os abusadores domésticos são punidos apenas com cinco dias de detenção, e depois se perguntam por que as mulheres chinesas não querem se casar, ou ter filhos", disse um usuário da rede social Weibo.
"Não serve para nada confiar na lei para obter proteção contra violência doméstica quando tudo que eles fazem é criticar a vítima", escreveu outro internauta.
De acordo com a agência de notícias, a lei de violência doméstica da China, aprovada em 2016, pune agressores com até 20 dias de detenção. As penas maiores somente estão previstas em casos de lesões graves.