Testamento que favorece filha de Renê Senna é contestado por irmãos e sobrinho do lavrador 17 anos após seu assassinato
Gabriel Marin de Oliveira sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 24/06/2024, às 15h01
A herança milionária de René Senna, lavrador assassinado em 2007 após ganhar R$ 52 milhões na Mega-Sena, volta a ser motivo de disputa judicial. No último dia 4 de junho, o advogado Sebastião Mendonça, representando oito irmãos e um sobrinho de René, entrou com um pedido de nulidade do último testamento apresentado por Renata Almeida Senna, filha do milionário. O documento, que já anulou três testamentos anteriores, estabelece Renata como única herdeira, excluindo os demais familiares.
René Senna foi morto a tiros em Rio Bonito, e desde então sua fortuna, hoje estimada em mais de R$ 100 milhões devido a aplicações financeiras, tem sido alvo de batalhas judiciais. Em 2021, a Justiça garantiu a Renata Senna 50% da herança, enquanto a viúva Adriana Ferreira Almeida, condenada por ser a mandante do assassinato, teve suas tentativas de validar um testamento que a beneficiava frustradas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Em setembro de 2023, Renata apresentou um novo testamento, datado de 2006, que a nomeia como única herdeira, contestando assim a decisão que dividia a fortuna com os tios e o sobrinho. A defesa dos familiares alega que as testemunhas do documento tinham interesse na causa, violando as formalidades legais.
A testemunha que participou do testamento tinha interesse na causa por já ter prestado assessoria financeira a René e Renata. O código civil fala que quem tem intimidade, ou é amigo, ou inimigo, não pode participar do ato," declarou o advogado Sebastião Mendonça.
Enquanto a nova disputa se desenrola, Adriana cumpre pena no regime semiaberto. A defesa de Renata Senna não se manifestou sobre o pedido de nulidade do testamento, mantendo o silêncio em meio à controvérsia.
