Pesquisador aponta que ato pode ter teor sexual ou educativo; entenda!
Em agosto de 2021, pesquisadores bolivianos e brasileiros registraram uma cena ímpar: golfinhos nadando com uma cobra anaconda Beni sendo levada em suas bocas. A imagem, registrada perto do rio Tijamuchi (na Bolívia), foi publicada recentemente na revista Ecology.
Durante cerca de 80 minutos, os cetáceos foram vistos interagindo das mais diferentes formas com a cobra. Em certos momentos, eles nadavam de forma sincronizada; em outros, apenas permaneciam na mesma área. Mas qual o motivo deles estarem fazendo isso?
Em entrevista à Galileu, o técnico ambiental e pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Omar Entiauspe, que participou do estudo, levantou alguns pontos sobre o comportamento dos golfinhos nesta ocasião.
O primeiro deles é que a interação pode ter sido pode ter sido apenas locomotora, “quando vemos o animal engajando em brincadeiras através do movimento físico, mas também com objetos, quando observamos eles brincando com objetos animados ou inanimados”.
Segundo o pesquisador, essa ação pode envolver até mesmo outros animais, que neste caso seria a anaconda Beni. Porém, Entiauspe não descartou que o ato possa ter um apelo sexual.
Há uma incidência muito maior de machos do que de fêmeas brincando, então existe a hipótese de que carregar e brincar com a anaconda seja realizado por machos como uma forma de display para as fêmeas”, explica.
Por fim, também é possível que os cetáceos estivessem ensinando uns aos outros suas táticas de caça das cobras. “Outras espécies de cetáceo, como por exemplo a baleia orca, podem usar essas brincadeiras como uma forma didática de ensino aos juvenis. As mães podem brincar com outros animais visando ensinar aos filhotes como realizar a caça".