O curioso artrópode foi descoberto por pesquisadores da Unicamp e data de 260 milhões de anos, na época da Pangeia
Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo, encontraram na cidade de Canoinhas o fóssil mais antigo da América Latina, que pertence a uma espécie de escorpião pré-histórica. A descoberta é, ainda, o segundo fóssil mais antigo deste animal no hemisfério Sul.
O achado foi encontrado em 2005, quando paleontologistas que exploravam a região, em busca de uma espécie extinta de uma planta conífera, se depararam com o fóssil de um artrópode de cerca de 260 milhões de anos atrás — perdido até então em meio às amostras.
Ele só foi ser estudado dez anos depois, em 2015, quando o professor doutor Ariel Milani Martine, um dos responsáveis pelo estudo, retirou o material do laboratório da Universidade de Campinas para estudá-lo mais profundamente em seu doutorado. A pesquisa inspirou um artigo publicado este ano pelo Journal of South American Earth Sciences, que descreve o exemplar fóssil.
O professor Ariel conta, ainda, que o período no qual o escorpião viveu corresponde ao fim da era geológica denominada Paleozoico, quando os continentes do planeta Terra ainda estavam todos unificados — evento chamado de Pangeia. Isso evidencia que o escorpião, encontrado nas terras sulistas brasileiras, que recebeu o nome científico de Suraju itayama, já existia antes do aparecimento dos dinossauros.
Dentre as principais características que o diferenciam de outras espécies estão o seu pequeno tamanho, com apenas 4 centímetros, a dimensão de seu ferrão e hábitos terrestres, vivendo em uma região seca e árida. Além disso, ele teria abandonado o ambiente aquático, o que é pouco comum para escorpiões dessa época, podendo ser, até mesmo, um dos primeiros representantes da biota atual de escorpiões.