O paleontólogo William Roberto Nava se entusiasmou com as descobertas e afirma serem raras essas oportunidades de pesquisa
Foram descobertos pequenos ossos fossilizados em rochas que se acredita serem de cobras que viveram na era dos dinossauros, 60 milhões de anos atrás. O achado estava no sítio paleontológico de Presidente Prudente, no Parque dos Girassóis.
O responsável pela pesquisa, o paleontólogo William Roberto Nava, coordenador do Museu de Paleontologia de Marília, registrou a descoberta no último dia 5. Os pequenos fósseis ainda serão alvo de uma análise laboratorial feita pelo Museu de Marília, que no momento se encontra fechado para o público.
Um dos fósseis se assemelha muito com as das serpentes atuais, contendo cerca de 60 vértebras em seu esqueleto, outra, no entanto, estava ligada à fragmentos de um crânio com uma espécie de dentes, e contém 40 vértebras.
As estruturas espinhais foram encontradas entre fósseis de aves que viveram no período cretáceo. Nava acredita que essas cobras viviam entre os dinossauros e aves, e passa a questionar: “Será que as serpentes se alimentavam das aves ou eram o alimento delas? É preciso dar sequência às pesquisas para ter certeza”.
Achar registros de fósseis de cobras é um tanto raro, afirma o arqueólogo, podendo esse ser apenas o terceiro achado desse tipo no Brasil. Nava também declarou que, em um dos seus trabalhos mais recentes ele descobriu fósseis de uma ave que ainda não havia registro na região.
A ave foi documentada como pertencente ao grupo enantiornithes, que viveu entre 70 e 80 milhões de anos. Segundo ele, uma ave desse tipo só tinha sido registrada uma vez no Brasil, há 5 anos atrás no Ceará. “Fósseis de aves pré-históricas são muito raros, por isso a descoberta tem bastante importância”, disse.