Para o pesquisador responsável pela pesquisa, essa é a “primeira evidência de redes de intercâmbio de longa distância muito organizadas”
Um estudo realizado pelo instituto UConn Humanities e publicado na revista científica PLOS ONE investigou um dos maiores sítios arqueológicos da Idade do Bronze, o assentamento Kura-Araxes, localizado na fronteira noroeste do Irã. O zooarqueólogo Siavash Samei foi responsável pela pesquisa, que analisou as ferramentas encontradas no local.
Para o pesquisador, as pessoas que viveram no local entre os anos de 3.500 a.C. e 2200 a.C. usavam principalmente ossos e galhadas de animais para desenvolver itens úteis ao dia a dia. No entanto, ele descobriu que essa cultura tinha uma fabricação mais sofisticada do que se conhecia sobre esse período.
"Uma das coisas fascinantes que descobrimos foi a grande variedade de ferramentas para ossos e chifres que os habitantes locais estavam realmente formando e modelando. Eles estavam fabricando contas, estavam envolvidos em metalurgia, estão produzindo cerâmica e o tipo de dados que estamos recuperando sugere que eles estão produzindo objetos pequenos, provavelmente ornamentais, e provavelmente os exportando para outros lugares da região”, explicou Samei.
As descobertas feitas na região histórica indicam também que é provável que as pessoas se dividissem em especializações para o trabalho. O zooarqueólogo afirmou que “alguns são produtores de artesanato, alguns são agricultores, alguns são pastores, outros são burocratas”.
Além disso, a pesquisa sugere que o local já estava criando uma cadeia de suprimentos de fabricação. “Ao mesmo tempo, obtemos a primeira evidência de redes de intercâmbio de longa distância muito organizadas, bem gerenciadas. Essas redes muito elaboradas de intercâmbio e comércio de longa distância na Idade do Bronze são, de certa forma, o começo da era da globalização que é a precursora do mundo moderno de hoje, onde tudo afeta tudo o resto”, disse.