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Notícias / Mundo

Executivo cai em golpe, e é condenado a 24 anos de prisão nos EUA

Shan Hanes, um executivo de 53 anos, aproveitou de sua posição e transferiu mais de US$ 47 milhões a contas de criptomoedas em golpe do WhatsApp

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 13/11/2024, às 13h33

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O executivo americano Shan Hanes - Reprodução
O executivo americano Shan Hanes - Reprodução

Um executivo americano chamado Shan Hanes, de 53 anos, foi condenado em agosto deste ano a 24 anos de prisão, depois que a Justiça dos Estados Unidos provou que ele desviou milhões de dólares em um elaborado esquema criminoso de criptomoedas. Ele caiu em um golpe por WhatsApp, mas acabou aproveitando-se de seu cargo em um banco para desviar mais de US$ 47 milhões (mais de R$ 292 milhões, na cotação atual).

Os documentos do caso apontam que Hanes orquestrou um complexo esquema em fundos do banco em que trabalhava, o Heartland Tri-State, da cidade de Elkhart, no Kansas, para contas de criptomoedas controladas por terceiros. Neste golpe, conhecido como "abate de porcos", as vítimas são enganadas para investir em sistemas fraudulentos.

Entenda o caso

Conforme repercute O Globo, todo o caso teve início no fim de 2022, quando Shan Hanes recebeu uma proposta em seu WhatsApp que lhe oferecia uma oportunidade de investimento aparentemente bastante vantajosa, em uma carteira criptografada, que garantiria retorno financeiro elevado, em um sistema simples e com criptomoedas, que nos últimos anos se mostraram um investimento bastante vantajoso, com os Bitcoins — que multiplicou várias fortunas, mas já faliu.

Em um primeiro momento, Hanes investiu suas próprias economias no negócio, mas não demorou até que começasse a "pegar emprestado" de diferentes fontes, segundo a NBC News. Primeiro, ele desviou verbas da igreja que frequentava, e até mesmo pegou parte das economias para a escola de uma de suas filhas.

Porém, em meados de 2023, ele chegou a pegar dinheiro do próprio banco em que trabalhava, aproveitando-se de sua posição de gestor máximo ali dentro, em várias transferências no valor de US$ 1 milhão ou US$ 2 milhões de cada vez — posteriormente, foram feitas até mesmo uma transferência de US$ 6,7 milhões, e outra de US$ 10 milhões.

Todo esse valor desviado iria diretamente para contas internacionais de criptomoedas controladas pelos golpistas, que prometiam a Hanes enormes quantias como retorno. Porém, ele ainda precisava investir ainda mais dinheiro para conseguir recuperar aquilo que já tinha depositado.

Além do banco, ele chegou a pedir a um vizinho, Brian Mitchell, que lhe emprestasse US$ 12 milhões, para que pudesse "verificar" depósitos em um suposto banco de Hong Kong. Foi ele que alertou o conselho de administração do banco em que Hanes trabalhava, o que deu início a um processo que culminou na falência do banco, e uma investigação policial.

Hanes não só traiu a sua comunidade e os investidores, como também minou a confiança no sistema bancário", afirmou Kate Brubacher, procuradora envolvida no caso. "Esta sentença envia uma mensagem clara: aqueles que abusam da sua posição de poder para enriquecer às custas dos outros enfrentarão consequências legais".

Agora, em agosto deste ano, finalmente Shan Hanes foi julgado, e condenado a 24 anos e 10 meses de prisão, devido aos desvios financeiros. Além disso, vale mencionar que o dinheiro perdido com o golpe nunca foi recuperado.