Nos últimos cinco anos, o continente europeu foi no fluxo contrário do restante do mundo
Nesta segunda-feira, 14, foi publicado um levantamento realizado pelo Instituto Internacional para a Paz de Estocolmo (Sipri) a respeito das importações e exportações de armas ocorridas ao redor do globo entre 2017 e 2021.
O relatório descobriu que, embora o mundo tenha, em média, passado a comprar 5% menos armas quando comparado a períodos anteriores, a Europa seguiu na direção contrária, adquirindo 19% mais equipamentos bélicos do que antes.
Apesar do preocupante aumento, é importante destacar que o continente europeu está longe de ser um líder de importações. A Ásia e a Oceania realizam muito mais transações nesta área, o que decorreria principalmente das "tensões entre China e outros países", conforme repercutido pela AFP.
Atualmente, os seis maiores países importadores são Índia, Austrália, China, Coreia do Sul, Paquistão e Japão. A região do Oriente Médio, por exemplo, também comprou mais armamentos nos últimos anos, tendo um aumento de 3%.
Todavia, esse cenário está mudando, e o conflito entre a Rússia e a Ucrânia é apenas uma das evidências mais recentes desta tendência. "A Europa é a nova área de tensão", observou Siemon Wezeman, coautor do relatório, em uma entrevista à AFP.
A África e as Américas, por sua vez, tiveram quedas de 36% e 34%, respectivamente, em suas compras de armas.
Do outro lado das transações, estão os exportadores, liderados pelos Estados Unidos e pela Rússia. Vale destacar, porém, que a segunda sofreu uma queda de 19% em suas vendas nos últimos cinco anos, o que decorreria da China ter passado a adquirir seus armamentos majoritariamente de outros países.