A pesquisa publicada no último dia 30 revelou que uma substância impediu a passagem de luz e causou inverno rigoroso
A poeira de silicato proveniente do impacto de um asteroide que atingiu a Terra há 66 milhões de anos, de acordo com um estudo divulgado na segunda-feira, 30, teve um efeito devastador, escurecendo os céus por um período de 15 anos e desencadeando a extinção dos dinossauros e de aproximadamente 75% da biodiversidade do planeta.
As conclusões deste estudo, que foi publicado na revista Nature Geoscience, endossam a hipótese anterior que indicava que o inverno catastrófico gerado pelo impacto do asteroide Chicxulub foi resultado do pó levantado devido à colisão.
Hipóteses mais recentes propuseram que o enxofre liberado após o impacto, ou a fuligem proveniente dos incêndios massivos que se seguiram, foi o principal fator que bloqueou a luz solar e mergulhou a Terra em um longo período de inverno.
No entanto, o estudo recente sugere que partículas extremamente finas de poeira de silicato, originárias da rocha pulverizada pelo impacto, permaneceram em suspensão na atmosfera por um período de 15 anos. A ausência de luz solar resultante disso teria levado a uma queda significativa das temperaturas médias, chegando a diminuir até 15°C.
Após muitas teorias sobre esse congelamento terem sido questionadas, uma equipe internacional de cientistas conseguiu identificar partículas de poeira provenientes do impacto do asteroide no leito fossilizado de Tanis, no estado de Dakota do Norte, nos Estados Unidos. Essas partículas variavam em tamanho de 0,8 a 8 micrômetros.
Ao incorporar esses dados em modelos climáticos semelhantes aos utilizados atualmente, os pesquisadores determinaram que a poeira desempenhou um papel muito mais significativo na extinção da vida do que se pensava anteriormente. As simulações revelaram que, de toda a matéria suspensa na atmosfera, 75% era poeira, 24% era enxofre e o restante consistia em fuligem.
De acordo com o G1, essas partículas de poeira bloquearam efetivamente a fotossíntese nas plantas por pelo menos um ano, resultando em um colapso catastrófico da vida, de acordo com as conclusões de Ozgur Karatekin, pesquisador do Observatório Real da Bélgica e coautor do estudo.