Artefatos teriam conexão curiosa com a rota comercial
Um estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences na última segunda-feira, 16, analisou dois incensos que remontam à Dinastia Tang (618 - 906), de acordo com os especialistas.
Os artefatos foram encontrados durante escavações de 1987 realizadas no Templo de Famen, uma construção budista localizada na porção noroeste do território chinês. Na ocasião, foi revelada a incrível presença de câmaras subterrâneas no local, que estava repleto de recipientes de incenso.
Através de um cruzamento de técnicas laboratoriais, uma equipe de pesquisadores chineses foi capaz de descobrir a composição usada para a criação dos incensos examinados.
Um deles continha uma mistura de resinas de duas árvores diferentes, pau-de-águila e enemi, e o outro juntava o pau-de-águila com óleo de olíbano para criar seu aroma.
Um detalhe curioso é que essas primeiras duas plantas são nativas da Índia e das Filipinas, e o olíbano vem de ainda mais longe, da África ou da região árabe. Assim, os ingredientes dos incensos estão consideravelmente distantes do ponto onde foram encontrados, um fato que não é ordinário para uma época com métodos de transporte mais lentos.
Essas substâncias teriam alcançado a China graças à famosa Rota da Seda, e, de acordo com as conclusões dos cientistas, é possível que a demanda por incensos tenha inclusive influenciado o desenvolvimento da rota comercial.
Um aspecto interessante das câmeras subterrâneas do Templo de Femen, que é onde foram encontrados os artefatos aromáticos analisados pelos especialistas, é que elas abrigaram aquilo que supostamente corresponderia a um osso do dedo de Sidarta Gautama, o criador do Budismo.
A relíquia de teor místico estava contida por oito caixas diferentes, e sem dúvida foi de grande importância espiritual para os adeptos da crença no passado, dado o esforço colocado em protegê-la.
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