Segundo especialistas, os indivíduos do período Pleistoceno habitavam uma planície vasta, que desapareceu há 11 mil anos
Após anos buscando respostas para perguntas misteriosas, cientistas publicaram uma coleção de artigos sobre a vida dos primeiros seres humanos da história. Os documentos foram criados por especialistas de diversas áreas, vindos do mundo todo.
Juntos, os múltiplos textos reconstroem o cotidiano da planície de Paleo-Agulhas, nos vales da África do Sul, território habitado pelos primeiros seres humanos. Coberto por um ecossistema rico e denso, a zona desapareceu há cerca de 11,5 mil anos.
Uma vez dominado por solos férteis, pastagens vastas e bosques e pântanos intensamente populosos, o território foi alagado, graças ao aumento do nível do mar na época. Hoje, a planície fica submersa, abaixo das costas africanas.
A primeira das descobertas arqueológicas foi referente à alimentação dos primeiros seres humanos. Segundo os cientistas, os moradores de Paleo-Agulhas conviviam com hipopótamos, zebras, antílopes e muitas outras espécies terrestres e marinhas.
Nesse sentido, descobriu-se que as pessoas da época consumiam uma quantidade muito superior de animais terrestres, apesar de viverem em uma área costeira, lotada de moluscos, peixes e mariscos. Dessa forma, foi possível determinar que os primeiros homens e mulheres eram exímeos caçadores.
“Esses períodos glaciais do Pleistoceno teriam apresentado uma paisagem de recursos muito diferente para os primeiros caçadores-coletores”, explicou Janet Franklin, professora do departamento de Botânica e Ciências Vegetais da UC Riverside.
Por esse motivo, de acordo com a cientista, a planície de Paleo-Agulhas pode “ter sido fundamental para moldar a evolução dos primeiros seres humanos modernos".