Além dos restos mortais de 500 pessoas, pesquisadores encontraram 349 artefatos; entre eles o anel de uma mensageira do Exército da Pátria Polonês
Um estudo publicado na última quarta-feira, 18, narevista científica Antiquity, dá detalhes sobre o que aconteceu com os restos de 500 vítimas dos nazistas que foram encontradas em uma vala comum no município polonês de Chojnice, na província da Pomerânia.
A região, conhecida como Vale da Morte, serviu para diversos massacres ocorridos entre 1939 e 1945, conforme aponta matéria da Galileu. Para se ter uma ideia, entre outubro e novembro de 1939, 35 mil pessoas morreram no município.
Os números ainda aumentaram com o desenrolar do conflito, com 12 mil indivíduos sendo exterminados nas florestas da vila de Piaśnica; e com outras 7 mil vítimas que foram escondidas nos matagais próximos a Szpęgawsk, dizem os pesquisadores.
Com esses dados, a Academia Polonesa de Ciências liderou um grupo de especialistas para investigar os crimes de guerra, o que acabou levantando mais de mil páginas de arquivos do país, além de entrevistas com parentes das pessoas que morreram no Vale da Morte.
Ao analisarem um terreno de 4 hectares, os pesquisadores descobriram que milhares de cadáveres foram jogados em trincheiras, cavadas pelo exército polonês, nas semanas anteriores ao início da guerra.
Por lá, o grupo encontrou diversos artefatos, 349 ao todo, como botões de vestimentas, balas de mosquete e até mesmo uma aliança de ouro que pertenceu a Irena Szydłowska, que atuou como mensageira do Exército da Pátria Polonês.
De acordo com o arqueólogo que liderou a pesquisa, Dawid Kobiałka, “a família dela foi informada sobre a descoberta e o plano é devolver o anel a eles". Além dos objetos, foram identificados indícios de que os nazistas jogaram substâncias inflamáveis na pilha de corpos para incendiá-los — uma maneira que encontraram para destruir quaisquer vestígios dos crimes.
“A descoberta dos ossos cremados das vítimas é o resultado mais importante do projeto. Eles foram até mesmo localizados espalhados na superfície do solo. A pesquisa de arquivo rendeu uma lista de vítimas potenciais, conhecidas por terem sido levadas para o Vale da Morte na segunda metade de 1945”, relataram em nota os pesquisadores.