Pesquisadores do Museu Britânico desvendaram novas informações sobre o mapa mais antigo do mundo, a tábua babilônica "Imago Mundi"
Pesquisadores do Museu Britânico desvendaram novas informações sobre o mapa mais antigo do mundo, a Imago Mundi, uma tábua babilônica de quase 3.000 anos com escrita cuneiforme.
No verso do artefato, passagens indicam o caminho para "Urartu", o Monte Ararat bíblico, incluindo orientações para seguir "sete léguas" e encontrar um “recipiente parsiktu”, que faria referência a uma "embarcação gigante" capaz de suportar o Grande Dilúvio – a Arca de Noé.
Em um vídeo publicado pelo Museu Britânico, local onde o item se encontra, o assiriólogo Irving Finkel explicou que o artefato revela similaridades entre o relato babilônico do dilúvio, em que o deus Enki (também conhecido como Ea) ordena a construção de uma arca, e a história bíblica de Noé.
Isso mostra que a história era a mesma e, claro, que uma levou à outra, mas também que, do ponto de vista babilônico, isso era uma questão de fato. Se você fizesse essa viagem, veria os restos deste barco histórico”, disse Finkel.
Em 2023, uma equipe da Universidade Técnica de Istambul encontrou evidências de atividade humana entre 3.000 e 5.000 anos atrás no Monte Ararat, incluindo materiais marinhos e argila.
A Imago Mundi ou “Mapa Babilônico do Mundo”, foi criado pelos babilônios entre 2.600 a 2.900 anos atrás. Gravado em uma tabuinha de argila com escrita cuneiforme, ele oferece uma visão detalhada do "mundo conhecido" da época, que se concentrava na Mesopotâmia.
No vídeo, Finkel contou que o item mede 12,2 por 8,2 centímetros e foi encontrado em 1881 pelo arqueólogo Hormuzd Rassam durante uma escavação na antiga cidade de Sippar, no atual Iraque.
Segundo ele, no mapa, o mundo conhecido está representado num disco cercado por um círculo externo chamado "Rio Amargo", simbolizando o oceano. No centro do disco, o Rio Eufrates atravessa o mapa de norte a sul, terminando em um pântano.
A cidade da Babilônia é destacada como uma barra horizontal, atravessando o Eufrates, o que reflete sua importância. Regiões como Assíria, Elam e Susa também são identificadas, além de outras sete cidades ou distritos dentro do disco.
Fora do "Rio Amargo", há cinco regiões triangulares rotuladas como "nagû", indicando áreas além do mundo conhecido. Uma delas, ao nordeste, é descrita como a "grande muralha", onde o sol não é visto, remetendo a terras de escuridão. Essas regiões podem representar locais mitológicos ou desconhecidos para os mesopotâmicos, e a inscrição sugere que originalmente havia oito dessas áreas.