Geralmente coberto por neve na maior parte do ano, o Monte Fuji superou recorde se formação de gelo; o que causa preocupações
O Monte Fuji, no Japão, não apresentou neve em suas encostas nesta terça-feira, 29, estabelecendo um novo recorde para a data mais tardia sem cobertura de neve desde o início dos registros há 130 anos, informou a agência meteorológica do país.
Normalmente, a formação da capa de neve no vulcão se inicia por volta de 2 de outubro, com o ano passado registrando os primeiros sinais em 5 de outubro.
Entretanto, devido às temperaturas elevadas, nenhuma precipitação de neve foi observada neste ano na montanha mais alta do Japão, afirmou Yutaka Katsuta, meteorologista do Escritório Local de Meteorologia de Kofu, ao The Guardian.
Este novo marco supera o recorde anterior, que era de 26 de outubro e havia sido registrado duas vezes, nos anos de 1955 e 2016.
As temperaturas foram altas durante o verão e continuaram elevadas em setembro, impedindo a chegada de ar frio", responsável pela ocorrência de neve, declarou Katsuta à agência de notícias AFP.
Katsuta acrescentou que as mudanças climáticas podem ter contribuído para o atraso na formação da capa de neve.
O verão deste ano no Japão igualou-se ao recorde histórico de calor estabelecido em 2023, com ondas extremas de calor impulsionadas pelas alterações climáticas afetando diversas partes do mundo.
Geralmente coberto por neve na maior parte do ano, o Monte Fuji recebe mais de 220.000 visitantes durante a temporada de escalada, entre julho e setembro. Muitos destes aventureiros enfrentam as encostas íngremes e rochosas à noite para testemunhar o nascer do sol no cume de 3.776 metros.
No entanto, houve uma redução no número de alpinistas este ano após as autoridades japonesas introduzirem uma taxa de entrada e um limite diário de visitantes para combater o turismo excessivo.
O icônico Monte Fuji foi eternizado em inúmeras obras de arte, incluindo "A Grande Onda" de Hokusai. A última erupção do vulcão ocorreu há cerca de 300 anos.