No fim do século 19, foi descoberto no Iraque um templo em que, em uma parede, havia as representações de um leão, uma águia, um touro, uma figueira e um arado; entenda!
Publicado em 04/05/2024, às 15h53
No fim do século 19, o escavador francês Victor Place descobriu durante pesquisas na antiga cidade mesopotâmica de Dūr-Šarrukīn (atual Khorsabad, no Iraque) um templo datado de cerca de 700 a.C.. Em uma das paredes do local, chamou a atenção uma sequência de símbolos misteriosos, que pode ter sido finalmente desvendada.
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Em comunicado, o assiriologista Martin Worthington, da Trinity College Dublin, afirma que "o estudo de línguas e culturas antigas está cheio de quebra-cabeças de todos os tipos, mas não é frequentemente no Antigo Oriente Próximo que se depara com símbolos misteriosos em uma parede de templo".
As figuras em questão são de um leão, uma águia, um touro, uma figueira e um arado. O estudo que descreveu a possível resposta para o que significam os símbolos foi publicado no dia 26 de abril no periódico Bulletin of the American Schools of Oriental Research.
Segundo o estudo, esses símbolos juntos podem ser interpretados como uma representação para o nome "Sargão", em forma de constelações. Vale mencionar que esse foi o nome de vários reis da Antiga Mesopotâmia, sendo, neste caso, referente especificamente ao rei Sargão II, da Assíria, que governou região de Dūr-Šarrukīn entre 721 a.C. e 704 a.C.
Porém, o mais curioso do que foi teorizado por Worthington é que cada um dos símbolos, individualmente, pode ser interpretado como constelações, segundo a Revista Galileu. "O efeito dos cinco símbolos foi colocar o nome de Sargão nos céus para toda a eternidade, uma maneira inteligente de tornar o nome do rei imortal", explica.
Vale mencionar que a maioria das constelações conhecidas hoje foram herdadas dos estudos astronômicos dos gregos. Porém, esse povo antigo, por sua vez, os herdou dos mesopotâmicos, e por isso muitas delas são as mesmas. No entanto, embora embasado, o estudo ainda é apenas uma teoria.
Não posso provar minha teoria, mas o fato de ela funcionar tanto para a sequência de cinco símbolos quanto para a de três símbolos, e de que as figuras também podem ser entendidas como constelações culturalmente apropriadas, me parece altamente sugestivo", pontua o pesquisador no comunicado.