Segundo a advogada Flávia Nascimento, que moderava a reunião, os invasores transmitiram até cenas de sexo ao vivo na sessão
Na última segunda-feira, 19, uma importante reunião virtual promovida pela Comissão da Mulher Advogada, da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) foi invadida por indivíduos ainda não identificados, que compartilharam cenas de pornografia ao vivo.
Segundo informações divulgadas pelo UOL, a reunião online tinha como pauta principal a prática de stalking, um tipo de perseguição virtual que passou a ser considerada um crime. Contando com a palestra de uma profissional sobre o assunto, a sessão, sediada pela subseção de Santos da OAB, era aberta ao público.
Por esse motivo, inclusive, a advogada Flávia Nascimento, presidente da comissão, ficou responsável por aceitar os participantes na reunião. Dessa forma, ela foi a primeira a perceber um movimento suspeito entre alguns membros que ingressaram na sessão.
“Eu liberei duas que eram da comissão e, bem no comecinho, umas quatro pessoas pediram para participar. Eram mulheres”, narrou a advogada. “Na quinta, o nome era 'Cuca Beludo'. Eu neguei a entrada e foi aí que eu percebi que algo estava acontecendo.”
O problema é que, antes que Flávia pudesse fazer qualquer coisa, ela perdeu o controle da reunião. “Pedi para as pessoas abrirem a câmera e se apresentar. Quando falei isso, um deles começou a passar um vídeo e fotos de mulheres em situações degradantes e eu removi esse cidadão”, narrou. Mas esse foi apenas o começo.
“Logo depois dois ou três abriram a câmera e mostraram situações de sexo real. Eu fui removê-los e não consegui”, lamentou. Em seguida, ela decidiu por derrubar o link por onde acontecia a reunião e, livre dos invasores, iniciou outra sessão.
Para a advogada, ficou claro que o encontro virtual apenas foi invadido por se tratar dos direitos das mulheres. "Ontem teve outra reunião, que foi muito divulgada, e não aconteceu nada. A gente percebe que é sempre ataque sobre o direito da mulher", narrou Flávia, que, agora, deve abrir um Boletim de Ocorrência sobre o ocorrido.
“O desrespeito não foi apenas contra um grupo de mulheres, de uma comissão que luta pela defesa dos direitos de todas as mulheres”, comentou o Presidente da subseção de Santos da OAB, o advogado Rodrigo Julião. “O ato atingiu uma instituição que tem, como seu maior patrimônio, a defesa e o respeito pelos direitos do cidadão.”