Petista disse que presidente da Ucrânia "é tão responsável quanto o Putin" pelo conflito
Capa da revista norte-americana Time, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu seu ponto de vista sobre a invasão da Rússia à Ucrânia. Embora tenha condenado a ação de Vladimir Putin, ele não poupou críticas à Volodymyr Zelensky , presidente ucraniano.
E agora, às vezes fico vendo o presidente da Ucrânia na televisão como se estivesse festejando, sendo aplaudido em pé por todos os parlamentos, sabe? Esse cara é tão responsável quanto o Putin. Ele é tão responsável quanto o Putin. Porque numa guerra não tem apenas um culpado", declarou.
Entretanto, a repercussão não caiu nada bem para a Embaixada da Ucrânia em Brasília. Em resposta enviada ao jornal O Globo, a representação declarou que o petista está “mal informado” sobre o conflito no Leste Europeu, que já dura mais de 70 dias.
Além disso, a Embaixada informou que solicitará uma audiência formal do “estimado ex-presidente do Brasil” com Anatoliy Tkach, encarregado de negócios da Ucrânia no país. O encontro servirá para esclarecer a posição do governo ucraniano diante do conflito.
Na entrevista à Time, Lula também criticou a maneira como Zelensky está levando a situação: "Ele aparece na televisão de manhã, de tarde, de noite, aparece no parlamento inglês, no parlamento alemão, no parlamento francês como se estivesse fazendo uma campanha. Era preciso que ele estivesse mais preocupado com a mesa de negociação".
O ex-presidente também alegou que o ucraniano “quis a guerra”, visto que ele poderia ter evitado o conflito negociando “um pouco mais”: “É assim. Eu fiz uma crítica ao Putin quando estava na Cidade do México, dizendo que foi errado invadir. Mas eu acho que ninguém está procurando contribuir para ter paz. As pessoas estão estimulando o ódio contra o Putin. Isso não vai resolver! É preciso estimular um acordo”.
Com o título de "O segundo ato de Lula", a revista Time divulgou nesta quarta-feira sua capa com a entrevista com o ex-presidente Lula. Descrevendo-o como “o líder mais popular do Brasil” que busca “retornar à Presidência”, o veículo conversou com o petista sobre diversos assuntos. Além da invasão à Ucrânia, ele também discorreu sobre Jair Bolsonaro e a “frágil democracia brasileira”.