O comentário de Howard Zlotkin, que acabou suspenso após a polêmica, foi gravado por uma de suas alunas na classe virtual
Na semana passada, durante uma aula de paisagismo e design, a jovem Timmia Williams sentiu-se incomodada com algumas falas de seu professor e, assim, começou a gravar a sessão virtual. Nas imagens, então, é possível ver Howard Zlotkin chamando George Floyd, um homem negro morto por um policial branco em 2020, de “criminoso”.
Ainda que o tema da aula fossem as mudanças climáticas no planeta, o mestre, que ensina ciências na William Dickinson High School, questionou: "O resultado final é que fazemos Floyd um maldito herói? Ele não é um herói; ele é como um criminoso".
Em seguida, Zlotkin afirma que "vocês imitam as pessoas, pessoas que estão simplesmente erradas, que são criminosas, e vocês estão aceitando isso porque são pessoas negras ou têm uma história ruim". Tal comentário gerou bastante desconforto.
"Nunca estive em uma situação em que as pessoas falam mal da raça de outras pessoas. Isso realmente me incomodou", lamentou Timmia à CNN. Segundo a jovem, o professor já havia gerado polêmicas ao exigir que apenas ela e mais três alunos negros da sala entregassem um trabalho respondendo "porquê a vida dos negros é importante".
Ainda durante a aula, Zlotkin fez falsas acusações contra as criadoras do movimento Black Lives Matter, afirmando que elas seriam multimilionárias que "ganham dinheiro com as pessoas". Ainda mais, ele afirmou que Patrisse Cullors, idealizadora do BML, teria usado doações para comprar casas, o que foi negado pelo próprio movimento.
Em seguida, o professor disse que “não é um maldito privilegiado” e acabou confrontado por Timmia, cuja reação foi afirmar que sim, "toda pessoa branca é privilegiada". Em resposta, Zlotkin disparou: "Quer saber, foda-se você, sou um privilegiado”.
Frente ao comportamento do professor, Mussab Ali, o presidente do Conselho de Educação da cidade, afirmou que Zlotkin já foi suspenso de suas atividades, segundo a CNN. A polícia, por sua vez, está investigando o caso junto do Serviço de Proteção à Criança do distrito, que disse estar “chocado com as declarações” do professor.
Em entrevista ao jornal The Washington Post, via UOL, o professor Howard Zlotkin alegou que seus comentários foram “retirados do contexto” original. Com seu pagamento suspenso, ele decidiu não se posicionar quando foi questionado pela CNN.