O filme “O levante de Bela Cruz” explica os bastidores da trama que culminou na Revolta de Carrancas, em Minas Gerais
Com lançamento previsto para a próxima terça-feira, 23, o filme “O levante da Bela Cruz” documenta uma das revoltas mais violentas do período Brasil Império. Trata-se da rebelião de pessoas escravizadas e fazendeiros locais na região de Carrancas, em Mina Gerais, especialmente nas fazendas Campo Alegre e Bella Cruz, em meados de 1883.
Dirigido por Elza Cataldo, conhecida por desenvolver obras historiográficas com base na história das mulheres, o novo documentário utiliza de testemunhos de historiadores, pessoas cujos familiares foram mortos na revolta, diretores de instituições e até descendentes do Barão de Alfenas, um dos senhores de escravos da região.
Além de tudo, “O levante da Bela Cruz” esforça-se para envolver o espectador nesta rebelião, que foi tão fundamental para o fim da escravidão no Brasil, mas tão pouco documentada. Para isso, o longa usa de performances, imagens dos locais onde a Revolta de Carrancas aconteceu e obras artísticas que descrevem o acontecimento.
Tendo resultado na morte de 16 escravizados e 10 familiares do Barão de Alfenas, a rebelião é uma das mais violentas da história brasileira, mas trouxe à tona, de maneira impossível de ignorar, as necessidades do povo negro. Ainda mais, o episódio mostrou que a população oprimida durante séculos conseguia se organizar e impactar a história.
O documentário “O levante da Bela Cruz”, inspirado pela revolução no Brasil Império, será pré-lançado na próxima terça-feira, 23, como parte das reflexões oferecidas pelo Mês da Consciência Negra. As informações são da cobertura do Tribuna de Minas.