De agressões sexuais até o uso desenfreado de drogas: magnata da música enfrenta graves acusações federais; saiba mais!
O magnata da música, Sean Combs, também conhecido pelos apelidos Diddy e Puff Daddy, enfrenta acusações federais graves que abrangem crimes como incêndio criminoso, suborno, sequestro e obstrução da justiça.
No entanto, o foco principal das investigações está em uma suposta rede criminosa coordenada por Combs, dedicada a organizar encontros sexuais coercitivos e posteriormente encobrir quaisquer consequências desses eventos.
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De acordo com documentos judiciais divulgados recentemente, esses encontros, chamados de "freak-offs", ocorreriam em luxuosas suítes de hotel. Durante essas maratonas sexuais, que podiam durar vários dias e envolver uma equipe de limpeza, participantes eram filmados sem consentimento enquanto usavam drogas e óleo de bebê.
Um dos elementos mais perturbadores apresentados pela acusação é que os envolvidos ficavam tão exaustos que precisavam de fluidos intravenosos para recuperação.
Emily A. Johnson, uma das promotoras do caso, afirmou em uma audiência na semana passada que esses freak-offs não eram apenas perigosos, mas também cuidadosamente orquestrados por uma equipe de facilitadores trabalhando sob a direção de Combs. A acusação federal menciona explicitamente o uso de vídeos gravados durante os encontros para chantagear os participantes e garantir seu silêncio.
As alegações da acusação federal refletem um processo civil anterior movido pela cantora Cassie Ventura, ex-namorada de Diddy. No processo, Cassie detalha a natureza coercitiva dos freak-offs, incluindo ordens explícitas de Combs para que ela se cobrissem excessivamente com óleo e tocassem trabalhadores sexuais enquanto ele filmava.
Por outro lado, a defesa de Sean Combs apresenta uma versão distinta dos eventos. Os advogados retratam os encontros como consensuais entre Combs e Ventura, ambos parceiros em um relacionamento complexo e conturbado. Segundo Marc Agnifilo, advogado de Combs, não houve uso de força, fraude ou coerção nos encontros descritos pelo governo como tráfico sexual, repercute o The New York Times.
Agnifilo revelou que entrevistou vários homens descritos pelo governo como trabalhadores sexuais; todos negaram qualquer coerção ou abuso durante os eventos. A defesa sustenta que esses homens se viam como acompanhantes remunerados pelo tempo dispensado, não como vítimas de exploração sexual.
A investigação federal também lança luz sobre a estrutura supostamente criminosa operada por Combs. Testemunhas relataram violência associada aos freak-offs e descreveram uma rede de subordinados responsáveis por coordenar todos os aspectos logísticos dos encontros. Esses subordinados incluíam desde assistentes pessoais até equipe de segurança e empregados domésticos.
Damian Williams, procurador dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York, afirmou em coletiva que Diddy utilizava sua rede profissional para perpetuar esses crimes. Embora nenhuma dessas pessoas tenha sido formalmente acusada até o momento, Williams indicou que a investigação continua em andamento.
A acusação também menciona um vídeo particularmente incriminador datado de 2016, no qual Combs é visto agredindo brutalmente Cassie Ventura em um hotel em Los Angeles. Este vídeo é usado pelos promotores para argumentar que a violência era um elemento recorrente nos encontros sexuais orquestrados por Diddy.
Além das acusações criminais federais e do processo civil resolvido recentemente com Cassie Ventura, várias outras mulheres entraram com ações judiciais contra Sean Combs. Essas novas acusações trazem relatos semelhantes aos de Ventura sobre abusos sexuais alimentados por drogas durante eventos organizados pelo rapper.
Ao negar a fiança a Combs na semana passada, o juiz Andrew L. Carter Jr. expressou preocupações sobre possíveis tentativas do acusado de manipular testemunhas ou obstruir a justiça. Os promotores alegam que Diddy já vinha manipulando vítimas e testemunhas através de narrativas falsas há meses.
À medida que o caso avança rumo ao julgamento por júri em Manhattan nos próximos meses, resta ver como as diferentes versões dos eventos serão avaliadas no tribunal. Até lá, Sean Combs permanece detido em uma prisão federal no Brooklyn.