A busca por maneiras de homenagear entes queridos falecidos tem levado famílias a transformarem as cinzas de cremação até em diamantes
Redação Publicado em 29/08/2024, às 12h00
A busca por maneiras de homenagear entes queridos falecidos tem levado algumas famílias a transformarem as cinzas de cremação em árvores, pinturas e até diamantes genuínos, por valores que podem chegar a R$ 260 mil.
Flávia Soares, ex-mulher do apresentador Jô Soares, exibiu recentemente no documentário "Um Beijo do Gordo", do Globoplay, a pedra preciosa feita com as cinzas do marido.
“É muito pequenininha, não é uma coisa que tem valor comercial, mas tem todo o valor do mundo para mim”, afirmou no programa Conversa com Bial.
Flávia Muller, de Belo Horizonte, contou ao g1 que decidiu transformar as cinzas de sua filha, Gabriela, que morreu aos 25 anos de leucemia, em um ipê-amarelo plantado em um bosque adaptado em Nova Lima (MG).
Eu me sinto muito bem lá. Não dá nem para comparar com um cemitério. Não tem nada a ver. A gente já fez até piquenique, tem borboletas, canto de passarinho”, relatou ao jornal.
Atualmente, esse tipo de homenagem custa de R$ 15 mil a R$ 20 mil, além do valor da cremação. As famílias também podem comprar um jardim, com quatro árvores, e até um bosque, mais exclusivo, com 20, explicou o g1.
Essas novas opções abriram novas oportunidades de negócio no mercado funerário brasileiro.
Os diamantes, por exemplo, podem ser criados utilizando 300 gramas de cinzas, mas também podem ser fabricados a partir de fios de cabelo humano ou pelos de animais de estimação, já que ambos contêm carbono. O preço das pedras varia conforme o tamanho e a cor, podendo alcançar até R$ 260 mil, apontou o g1.
Há também serviços mais "ousados", como enviar as cinzas ao espaço em parceria com empresas estrangeiras. Inclusive, este foi o destino dos restos mortais do ator James Doohan, o Scotty, da série Jornada nas Estrelas.
No Brasil não existe uma legislação federal específica que regule a dispersão de cinzas em ambientes naturais ou a comercialização de produtos feitos a partir delas. Contudo, é necessário seguir normas gerais de saúde pública e sanitárias, e algumas cidades possuem regulamentações próprias.
