A Universidade de Cambridge está em processo de retornar os Bronzes de Benim para sua terra natal, porém a realeza de Benim acredita que tenha ocorrido um erro
A família real de Benim alegou recentemente que a Universidade de Cambridge estava negociando com as pessoas erradas para realizar a devolução dos Bronzes de Benim — um grupo de artefatos valiosos roubados do antigo Reino de Benim pelo Império Britânico em 1897.
116 dessas peças estão atualmente em exibição no Museu de Arqueologia e Antropologia (MAA) da Inglaterra. O retorno delas à sua terra natal está em progresso, porém seu andamento foi temporariamente suspenso após ser percebido que eles entregariam as relíquias para o governo da Nigéria, e não para o atual rei de Benim, Ewuare II.
A questão traz à tona uma disputa a respeito de quem deveria ser o novo proprietário das obras de arte ao fim de seu repatriamento.
A princípio, o acordo era de que as autoridades da Nigéria receberiam a coleção histórica para exibi-la no Museu Edo de Arte da África Ocidental (EMOWAA). A família real de Benim, porém, afirma que o governo nigeriano não é o legítimo dono das peças.
Em uma entrevista ao The Telegraph, o príncipe Aghatise Erediauwa, que é o irmão mais novo de Ewuare II, disse "lamentar" que os "europeus" foram levados a negociar com "falsos requerentes".
Cambridge definitivamente deveria devolver os artefatos. O Oba [termo local para 'rei'] do Benim é o proprietário legítimo (...) Eles [Cambridge] devem agora fazer a coisa certa e devolver os artefatos às pessoas certas", apontou ele.
O ex-presidente da Nigéria, aliás, Muhammadu Buhari, que cumpriu mandato até 2023, havia assinado um decreto determinando que a família real de Benim deveria receber os Bronzes de Benim quando estes fossem repatriados.