João de Orléans e Bragança explicou porque não concorda com a viagem do coração de Dom Pedro I
No ano em que se comemorou o bicentenário da Independência do Brasil, um símbolo pouco esperado foi recebido em solo brasileiro: o coração de Dom Pedro I, o homem que se tornou símbolo da data histórica ao oficializar a separação entre Brasil e Portugal.
No entanto, a viagem do órgão não foi celebrada por todos os brasileiros, muitos consideraram insólita a ideia de celebrar a data com um símbolo tão singular. Para João de Orléans e Bragança, descendente de Pedro, a ideia é 'mórbida e triste'.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, João disse que enxerga a vinda como 'uso eleitoral'.
Isso é um uso eleitoral da memória de dom Pedro 1º, não um ato cívico", disse o fotógrafo e empresário. Durante a conversa, ele também destacou o cenário que rondava o Brasil Império: "Na época do Império, havia estadistas. Dom Pedro 1º, por exemplo, foi criado no absolutismo, mas se tornou um liberal".
João também fez uma reflexão sobre o Brasil que existe 200 anos após a data que cravou Dom Pedro I na mente dos brasileiros. Para ele, 'há muito para melhorar'.
"Avançamos de 1822 para cá. Temos uma democracia há mais de 30 anos. Mas há muito para melhorar. Nossa desigualdade social é muito alta, e existe o racismo, que é uma vergonha", disse João, que foi um dos convidados para a reabertura do Museu Ipiranga.