Espécies de 800 mil anos estão ajudando pesquisadores a desenvolverem uma árvore evolutiva para os seres humanos modernos
A degradação do DNA antigo é uma das maiores dificuldades para pesquisadores. Ela dificulta o desenvolvimento de uma árvore que demonstre o processo evolutivo da espécie. Por isso, existe uma enorme complicação em relacionar a primeira espécie de hominino conhecida na Europa a outras espécies de Homo.
Uma equipe de cientistas da Universidade de Copenhague utilizou o esmalte dental de duas espécies humanas de 800 mil anos para tentar descobrir, a partir dessa nova técnica, a posição das espécies na árvore evolutiva do Homo.
Eles compararam as proteínas antigas obtidas no dente do H. antecessor de Atapuerca, encontrado na Espanha e do Homo erectus de Dmanisi, descoberto na Georgia, com seus equivalentes em outros homininos.
"A análise de proteínas fornece evidências de uma estreita relação entre o Homo antecessor, nós (Homo sapiens), neandertais e denisovanos. Nossos resultados apoiam a ideia de que o Homo antecessor era um grupo irmão do grupo que continha Homo sapiens, Neanderthals e Denisovans”, explica o principal autor do estudo, Frido Welker.
Segundo o co-autor da pesquisa, José María Bermúdez de Castro, “as características compartilhadas pelo antecessor Homo com esses homininos apareceram claramente muito mais cedo do que se pensava. O antecessor Homo seria, portanto, uma espécie básica da humanidade emergente formada pelos neandertais, denisovanos e humanos modernos”.