Um dos maiores juristas do país faleceu nesta sexta-feira, 8, em São Paulo
O Brasil perdeu nesta sexta-feira, 8, um dos maiores juristas e nomes que atuaram na oposição à ditadura militar brasileira. Dalmo Dallari faleceu em São Paulo, segundo comunicado emitido pelos familiares.
Aos 90 anos, Dalmofaleceu após um quadro de insuficiência respiratória. O comunicado destaca que Dallari deixa a sua esposa, um total de sete filhos, 13 netos, além de dois bisnetos. A nota também reitera que ele deixa "várias gerações de alunos e seguidores, aos quais se dedicou em mais de 60 anos de magistério e atuação na promoção dos direitos humanos".
Após a triste notícias, políticos lamentaram a morte do jurista brasileiro. Dilma Roussef, do PT, destaca que o país perde 'um dos maiores juristas de sua história'.
"Com a morte de Dalmo Dallari, o Brasil perde um dos maiores juristas de sua história e um grande defensor da democracia e do estado de direito. Dallari sempre esteve do lado certo da história: contra os golpes, como o que foi cometido contra mim, e contra violência do estado", escreveu a ex-presidente do Brasil.
Já Eduardo Suplicy, do PT, destacou que Dalmo foi 'extraordinário'.
"Com tristeza que transmito o falecimento do prof. Dalmo de Abreu Dallari, aos 90 anos, no Hosp. Osvaldo Cruz, de insuficiência respiratória. O professor Dalmo foi um extraordinário defensor dos direitos humanos e exemplo para todos nós, para seus 7 filhos, netos e bisnetos", desabafou o vereador.
Lula, ex-presidente do Brasil, também reforçou o papel de Dalmo na luta pela democracia.
“O Brasil perdeu hoje um dos seus maiores juristas e defensores dos direitos humanos, o professor Dalmo de Abreu Dallari. Ao longo de 90 anos de vida e mais de 60 anos de atuação profissional, sua trajetória de luta pela democracia foi uma inspiração. Um grande ser humano e um brasileiro imprescindível. Após se tornar professor da Faculdade de Direito da USP em 1964, Dalmo ajudou a criar a Comissão Pontifícia de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo em 1972, que denunciou as torturas da ditadura militar e defendeu os direitos de inúmeras vítimas da repressão. Entre agosto de 1990 e dezembro de 1992, ele foi secretário de Negócios Jurídicos da Prefeitura do Município de São Paulo, na gestão da prefeita Luiza Erundina. Meus sentimentos à esposa, filhos, netos, bisnetos, alunos, colegas e admiradores", destacou Lula.
Alencar Santana, do PT-SP, também lamentou a morte do jurista nesta sexta-feira, 8.
"Perdemos um grande jurista, um enorme ser humano e um democrata das fontes formais e materiais da sociedade brasileira. Meus sentimentos à família e às pessoas que conviveram com o querido Dalmo Dallari, cuja obra tive o prazer e a honra de estudar na faculdade de Direito", escreveu o deputado federal.