Segundo o fabricante, para não ter uma imagem atrelada a um torneio que custou vidas, a ideia foi que o uniforme ficasse sem detalhes visíveis
A seleção da Dinamarca estreou nesta terça-feira, 22, na Copa do Mundo do Catar e o uniforme dos jogadores chamou atenção devido a um detalhe que “esconde” o escudo da federação. De acordo com uma nota divulgada pela Hummel, fabricante das vestimentas, a camisa “carrega uma mensagem”:
Não queremos ser visíveis durante um torneio que custou a vida de milhares de pessoas. Apoiamos a seleção dinamarquesa o tempo todo, mas isso não é o mesmo que apoiar o Catar como país anfitrião".
No entanto, a FIFA (Federação Internacional de Futebol Associado) exigiu que o país tivesse alguma forma de reconhecimento dentro de campo, assim, a solução encontrada foi colocar a bandeira da Dinamarca no centro da veste.
O protesto dos dinamarqueses ocorreu devido ao histórico de direitos humanos do país sede do Mundial e as condições dos trabalhadores migrantes que morreram na construção dos estádios. Em nota divulgada pela agência de notícias britânica Reuters, o chefe da Federação Dinamarquesa de Futebol, Jakob Jensen, afirmou:
Acho que conseguimos causar impacto no Qatar. Isso foi feito por muitos atores, não apenas pelas associações, mas também por organizações e governos internacionais".
Além da braçadeira ‘One Love’, em apoio a causa LGBTQIA+, que foi boicotada pela FIFA, a Dinamarca também solicitou à Federação que os jogadores da seleção treinassem utilizando camisetas com as palavras “direitos humanos para todos”. O pedido, no entanto, foi negado.
A FIFA se recusou a comentar a proibição e reafirmou que as regras estipulam que qualquer equipamento da equipe não deve conter slogans, declarações ou imagens políticas, religiosas ou pessoais.
Ainda segundo Jensen:
Acreditamos que a mensagem 'direitos humanos para todos' é universal e não um apelo político, mas algo que todos podem apoiar".