Durante discurso, Viktor Orbán rejeitou uma sociedade com ‘misturas de raças’
A ministra da Inclusão Social da Hungria, conselheira de longa data do primeiro-ministro do país, Viktor Orbán, renunciou depois de um discurso do político que considerou “digno de Joseph Goebbels”, o ministro da propaganda de Adolf Hitler.
Zsuzsa Hegedüs conhece o primeiro-ministro desde 2002 e o defende desde então contra as acusações de antissemitismo. No entanto, as declarações da última semana fizeram com que ela rompesse a relação definida anteriormente como “amistosas”.
"Não sei como você não percebeu que o discurso que fez é pura retórica nazista digna de Joseph Goebbels", escreveu Hegedüs em sua carta de demissão publicada pela agência de notícias húngara hvg.hu.
“Lamento sinceramente que uma postura tão vergonhosa tenha me forçado a romper nosso relacionamento”, acrescentou.
Segundo o jornal britânico The Guardian, o escritório de Orbán aceitou a renúncia da ministra, mas negou as acusações de racismo vindas da conselheira, publicando uma resposta à Hegedüs.
“Você não pode estar falando sério sobre me acusar de racismo depois de 20 anos trabalhando juntos. Você sabe melhor do que ninguém que na Hungria meu governo segue uma política de tolerância zero tanto no antissemitismo quanto no racismo””, diz o texto.
A polêmica aconteceu após o pronunciamento do primeiro-ministro proferido no último sábado, 23, em um evento onde ele tradicionalmente discursa em Băile Tuşnad, na Romênia, onde vive uma grande comunidade húngara.
“Estamos dispostos a nos misturar, mas não queremos nos tornar mestiços”, disse Orbán. “Nós [húngaros] não somos uma raça misturada e não queremos nos tornar uma raça mista”.
“[Os países] onde coabitam povos europeus e não europeus não são mais nações. Esses países não passam de conglomerados de povos", completou o chefe de Estado húngaro, conhecido por discursos com esse teor.
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