Fósseis na Nova Zelândia revelam a existência de um petrel gigante que provavelmente usava seu bico de forma brutal
Petrel é um nome comum usado para um conjunto de espécies de aves marinhas que também podem ser conhecidos como pardelas ou pardelões. Um novo estudo de fósseis na Nova Zelândia descobriu uma espécie de petrel gigante que habitou o hemisfério sul 3 milhões de anos atrás, aterrorizando suas presas com um bico em formato de faca.
A descoberta da nova espécie se deu com base em um crânio bem preservado e um úmero (o osso do alto da asa) desgastado, encontrados na Ilha do Norte da Nova Zelândia. Essa é a única espécie de petrel gigante extinta já registrada.
O estudo, publicado no dia 30 de janeiro no periódico científico Taxonomy, foi realizado na Formação Tangahoe, onde são encontrados diversos fósseis de aves marinhas, que ajudam a entender mais sobre o passado e a evolução das espécies neozelandesas e globais.
Tanto o crânio quanto o úmero foram encontrados por Alastair Johnson, um caçador de fósseis amador, em um intervalo de 2 anos. A espécie foi batizada pelos pesquisadores como Macronectes tinae, uma homenagem à companheira falecida de Johnson, Tina King, que gostava muito do fóssil do crânio do petrel.
Apesar de fazer parte do gênero de petréis gigantes, o M. tinae era menor do que duas das espécies contemporâneas de Macronectes, o M. giganteus e o M. halli, todos habitando o hemisfério sul. A maioria dos petréis é um pouco menor que os patos.
Com o bico em forma de faca, esse petrel provavelmente revirava carcaças de outras aves e animais mortos, especialmente focas.
A formação rochosa de Tangahoe foi de grande ajuda para preservar e ajudar na datação dos fósseis, depositados durante o período do Plioceno Superior (entre 5,3 milhões e 2,5 milhões de anos atrás). Nessa época, a temperatura da Nova Zelândia era alguns graus mais alta, uma realidade para a qual, segundo o paleontólogo Rodrigo Salvador em entrevista ao LiveScience, podemos estar rumando com o aquecimento global.