Donald Trump teria ordenado a seu então advogado, Michael Cohen, o pagamento de US$ 130 mil a Stormy Daniels para ocultar uma relação extraconjugal
O juiz de Nova York Juan Merchan irá decidir nesta terça-feira, 12, se anula ou não a condenação de Donald Trump por fraude, em um caso envolvendo a compra do silêncio da atriz pornô Stormy Daniels para evitar danos à sua campanha de 2016.
Inicialmente, a decisão do juiz estava prevista para setembro, mas foi adiada para evitar qualquer interpretação de interferência nas eleições. Agora, Merchan deve emitir um parecer por escrito. A defesa de Trump solicita um novo julgamento ou a rejeição total da acusação.
O caso ganhou novos contornos após uma decisão da Suprema Corte, que, um mês após a condenação, declarou que ex-presidentes não podem ser processados por ações realizadas durante o mandato e que atos oficiais não devem ser utilizados como provas em processos pessoais.
A defesa de Trump argumenta que essa decisão reforça a nulidade da condenação. Caso o juiz Merchan decida manter o veredito, a sentença será divulgada em 26 de novembro, com penas que podem variar de multa a até quatro anos de prisão. Contudo, de acordo com a Reuters, penas de prisão são raras em casos de fraude contábil.
Trump, condenado em maio por todas as 34 acusações de fraude contábil, tornou-se o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a ser condenado criminalmente. Desde então, ele nega as acusações, qualificando o veredito como uma “caça às bruxas vergonhosa” motivada politicamente.
Em 2016, enquanto concorria à presidência contra Hillary Clinton, Trump teria ordenado a seu então advogado, Michael Cohen, o pagamento de US$ 130 mil a Stormy Daniels para ocultar uma relação extraconjugal. Esse valor, registrado como despesa legal, teria o propósito de impedir que detalhes da relação viessem a público durante a campanha, evitando danos à sua imagem.
Cohen confirmou seu envolvimento, alegando que seguiu instruções do ex-presidente, enquanto Stormy Daniels também testemunhou, fornecendo detalhes sobre o suposto encontro. Os registros financeiros desse pagamento levantaram suspeitas de fraude contábil, pois Trump teria disfarçado os reembolsos ao advogado como honorários legais.