Os médicos utilizaram o procedimento para prolongar a vida de um paciente com malformação cerebral
Foram descobertos os restos mortais de dois homens que viveram há 3.500 anos no norte de Israel, antiga Megido, uma das cidades mais importantes do século 15 a.C. Os pesquisadores encontraram evidências de que os esqueletos possuíam várias anomalias, e passaram por cuidados médicos durante grande parte da vida, incluindo cirurgias realizadas pelo povo da época, os cananeus.
O achado foi apresentado em Denver, pela biofarmacologista da Brown University, Rachel Kalisher. Ela apresentou as ossadas com múltiplos desvios, incluindo o que é descrito como uma sutura metópica, o que significa que os ossos da testa não se fundiram na infância como deveriam. As pessoas também tinham um quarto molar raro (a maioria dos adultos tem três molares em cada quadrante da boca). Ambos os esqueletos mostraram sinais de cribra orbitalia, que são lesões nas cavidades superiores que provavelmente estão relacionadas a anemia na infância.
A análise de DNA mostrou que os homens eram irmãos. Um deles morreu aproximadamente entre seus 20 e 40 anos, e o outro antes dos 30. É bastante, considerando as condições de saúde dos dois.
Um dos crânios não tinha um pedaço quadrado de osso na testa. Ele havia passado por trepanação, um procedimento cirúrgico não raro no mundo antigo, que envolvia perfurar um buraco no crânio do paciente, explica Kalisher. “Houve também algum tipo de atendimento médico, já que alguém veio e realizou uma cirurgia nessa pessoa, e a cirurgia foi bem feita.”
Os dois homens foram encontrados enterrados perto do palácio da Idade do Bronze da cidade, área conhecida por suas casas sólidas e seus alimentos de qualidade. Arqueólogos encontraram vasos de cerâmica, um jarro de tricrômico decorado com a imagem de um peixe e um pássaro.