Pesquisadores brasileiros descobriram cinco novos sítios arqueológicos com tesouros de até 2 mil anos no Tocantins; confira!
Publicado em 25/03/2025, às 11h39
Pesquisadores do Núcleo Tocantinense de Arqueologia (Nuta), da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), descobriram cinco novos sítios arqueológicos no Tocantins, que surpreenderam pela história que escondiam. Segundo os estudos, alguns dos sítios podem ter até 2 mil anos.
A equipe envolvida nas descobertas é composta pelos pesquisadores Genilson Nolasco, José Carlos de Oliveira Pinto Junior e Elieson Silva Santos. Conforme repercute o g1, os sítios arqueológicos foram encontrados em meio a pesquisas de campo na Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra do Lajeado, entre 2023 e 2024.
Recentemente, as descobertas foram compartilhadas em uma exposição nas cidades de Lajeado e Tocantínia, e os pesquisadores agora trabalham em documentar e cadastrar os locais junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), antes que eles possam ser abertos à visitação.
"Essa é uma preocupação fundamental, porque visa garantir a proteção dos sítios contra possíveis interferências ou danos mesmo podem ser provocados por possíveis visitantes. O cadastro no Iphan é um passo essencial dentro dessa perspectiva da conservação do sítio, porque esses sítios recebem conhecimento oficial a partir do momento que nós realizamos esse cadastro e passam a ser então incorporados às estratégias de conservação do patrimônio arqueológico brasileiro", explica Genilson Nolasco ao g1.
As descobertas feitas demonstram como o estado do Tocantins possui uma riqueza histórica ainda não totalmente explorada, com artes rupestres em rochas e diversos artefatos. Os novos sítios chamam atenção principalmente por sua relação direta com o suporte rochoso, encontrados em paredões, abrigos sob rochas e superfícies expostas, além das próprias pinturas rupestres.
Também foram encontrados "fragmentos de cerâmica, ferramentas líticas, restos de fogueiras e outros artefatos associados à ocupação humana. Então daí a importância de se conservar não só o sítio rupestre em si, mas o seu solo, porque ele precisa também ser analisado, ser estudado, ser escavado para identificar a presença desses materiais, desses vestígios no solo. E a análise desses vestígios com a análise do sítio rupestre vai nos dar uma compreensão mais completa possível daquele contexto arqueológico", explica Genilson.
O pesquisador também menciona que, nos novos sítios, nota-se principalmente pinturas em tonalidade vermelha, havendo apenas um com tonalidade amarela. As pinturas representam figuras zoomorfas, ou seja, representações de animais, e até figuras antropomorfas, humanas.
Estima-se que algumas das pinturas possua até dois mil anos, mas um estudo mais aprofundado ainda é necessário para se determinar a datação com mais precisão.
Fora as artes rupestres, os pesquisadores também encontraram vestígios de cerâmica deixados por pessoas que passaram pela região da Serra do Lajeado no passado. Porém, da mesma forma como com as pinturas rupestres, o local corre risco de degradação, e agora os especialistas lutam pela conservação dos sítios arqueológicos.
"Um sítio cerâmico que está em situação de risco, está localizado em uma área de pastagem e também corta a área, uma estrada vicina. Tem vários impactos afetando esse sítio, a passagem de veículos, animais, a circulação de pessoas, o pisoteio dos animais, o trabalho de manejo dessa pastagem também afeta os sítios cerâmicos. Então a gente pretende no futuro que nós consigamos fazer o resgate desse material para evitar a destruição desse importante vestígio arqueológico", afirmou Genilson.
Agora, os itens recuperados precisam, conforme explica o professor, ser catalogados, incluídos em um inventário e passar por limpeza e acondicionamento adequados, antes de fazerem parte da reserva técnica. Como não é possível resgatar as pinturas rupestres, visto que estão nas formações rochosas, uma documentação mais completa dos achados ainda deve ser feita em breve.