Estudo publicado nessa quarta-feira, 9, é considerado "um avanço clínico fundamental" pelos cientistas
Cientistas da Suíça descobriram um tratamento inovador que tem como objetivo reverter o quadro de paralisia por lesão na medula espinhal. Nove pacientes que possuiam essa condição voltaram a andar após serem submetidos aos novos procedimentos. Os resultados da pesquisa foram publicados na quarta-feira, 9, pela revista Nature.
Os estudos foram realizados a partir da análise de uma família de neurônios em camundongos que expressam o gene Vsx2. No caso dos animais, o gene não possuiu nenhuma função motora, porém, no caso dos humanos, esse conhecimento foi essencial para traçar a recuperação dos movimentos.
Assim, a equipe desenvolveu uma espécie de mapa 3D da medula espinhal e, pela primeira vez, conseguiram visualizar a atividade da medula de um paciente enquanto ele caminhava.
Para Grégoire Courtine, uma das autoras do estudo e professora de neurociência da EPFL (Escola Politécnica Federal de Lausanne), o modelo funciona para recuperar as funções motoras:
Nosso modelo nos permite observar o processo de recuperação com granularidade aprimorada — no nível do neurônio".
Em outra etapa, a professoraStéphanie Lacour, também da EPFL, desenvolveu em laboratório implantes adaptados com emissores de luz, que permitiram a identificação e remodelação dos neurônios ativados na medula durante a movimentação dos membros inferiores.
Nesse segundo processo, os pacientes conseguiram se levantar e andar pela sala, fato que indica a reconstituição de seus músculos a partir da conclusão da nova terapia.
Mesmo com o desligamento da estimulaçao elétrica, a capacidade motora dos indivíduos foi conservada, afirmam os autores do estudo. Dessa forma, segundo eles, as descobertas representam um grande avanço na reabilitação dos pacientes que hoje não conseguem andar.