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Casas mortuárias vikings são descobertas em antigo cemitério desativado da Noruega

Novas descobertas em cemitério na Noruega revelam mais sobre os rituais funerários das antigas sociedades vikings; confira!

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 29/08/2024, às 09h00

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Vestígios de antiga casa mortuária viking e ilustração de como ela teria sido originalmente - Divulgação/NTNU University Museum/Kristoffer R. Rantala / NTNU University Museum/Arkikon
Vestígios de antiga casa mortuária viking e ilustração de como ela teria sido originalmente - Divulgação/NTNU University Museum/Kristoffer R. Rantala / NTNU University Museum/Arkikon

Durante escavações que antecederam obras de construção de uma estrada em Skeiet, na Noruega, foram descobertos vestígios de um antigo cemitério da era viking, incluindo sepulturas rasas e três casas mortuárias. O local foi utilizado até o século 10, e permite uma melhor compreensão sobre como estar estruturas eram utilizadas, segundo os pesquisadores, em estudo publicado no Medieval Archaeology.

Conforme repercute a Revista Galileu, originalmente as casas mortuárias poderiam abrigar sepulturas e túmulos, bem como armazenar restos cremados dos falecidos, ou mesmo para serem lembradas como local de homenagear antepassados. Porém, as estruturas encontradas recentemente chamam atenção, pois não contam com enterros de alta patente, além de possuir portas e entradas — portanto, talvez estivesse sempre aberta, permitindo a entrada e saída de visitantes.

Outro detalhe é que, como as entradas eram baixas, era necessário que aqueles que entrassem nas casas mortuárias se abaixassem. "Com base na relação entre o tamanho do monte e a planta da casa, devemos supor que a pessoa teria que se agachar", comenta em comunicadoRaymond Sauvage, NTNU University Museum, da Noruega, e autor do estudo.

O cômodo interno deve ter sido bem pequeno e escuro, enquanto a porta deve ter deixado entrar alguma luz que iluminou partes do interior. A maioria das casas mortuárias que conheço são de tamanho similar", acrescenta Sauvage.

A partir de análises mais detalhadas, os pesquisadores apontaram a data de construção das três casas mortuárias: a primeira foi construída entre 450 e 600 d.C., quando a cremação ainda era a principal forma de sepultamento destes povos; a segunda, entre 600 e 800 d.C., quando o antigo cemitério já começava a contar com cada vez mais túmulos; e a terceira entre 800 d.C. e o fim do século 9, quando o cemitério já adotava completamente o enterro no lugar da cremação.

Essas mudanças nos métodos de sepultamento, por sua vez, podem ter sido resultado de contato destes grupos com outras culturas. Vale mencionar que as estruturas seguiam desempenhando um importante papel nos rituais funerários da região, mesmo com as transformações culturais.

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Dúvidas

Infelizmente, para os pesquisadores, no local não foram encontrados quaisquer vestígios de restos mortais humanos; em vez disso, ossos de um cavalo foram encontrados em uma das casas mortuárias, além de vestígios de ossos de outros animais. Na cultura viking, sacrifícios de animais eram bastante comuns, portanto, possivelmente as ossadas poderiam se relacionar aos rituais fúnebres da época.

Porém, o que segue incerto é se os animais foram sacrificados para os rituais, ou se foram cozidos como parte de refeições ritualísticas. Por isso, mesmo que as descobertas recentes revelem mais sobre os antigos vikings, ainda são necessárias mais pesquisas para entender com precisão como as casas mortuárias eram utilizadas.

Estudos futuros devem se concentrar mais no interior para obter melhores dados sobre seu uso. Nossa evidência foi fragmentada, e há várias perguntas sem resposta, como a aparência do interior, se havia um espaço designado para dispor o corpo e como eram as entradas", informa Sauvage, ainda no comunicado.

Agora, os pesquisadores pretendem aprofundar os estudos, para entender melhor a ligação entre as casas mortuárias e os montes funerários. "Deveríamos tentar obter um melhor entendimento sobre a relação deles com os montes funerários", finaliza o autor.