Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Europa

Cabeças empilhadas, corpos desmembrados: Descaso em necrotério na Universidade de Paris gera escândalo

Jornal francês gera relatório denunciando completa falta de ética da Faculdade de Medicina, que chegou a vender cadáveres e desviar o dinheiro

André Nogueira Publicado em 03/03/2020, às 08h00 - Atualizado às 08h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Imagem meramente ilustrativa - Getty Images
Imagem meramente ilustrativa - Getty Images

Em uma reportagem assustadora, o jornal francês L’Express revelou uma macabra improbidade por parte do Centro de Doações de Corpos da Faculdade de Medicina da Universidade de Paris-Descartes, que vinha destratando os cadáveres lá alojados. Imagens divulgadas mostram corpos desmembrados, retalhados e até atacados por animais, o que levou ao fechamento temporário do estabelecimento.

As fotografias obtidas pelo jornal não foram divulgadas em respeito às famílias dos mortos, mas elas deram origem a um relatório de 27 páginas enviado ao presidente da universidade, Frédéric Dardel. O nível do descaso era tanto que muitos restos tiveram de ser cremados ao invés de dissecados. Os familiares ainda estão lutando por justiça.

"O Centro de Doação de Corpos da Faculdade de Medicina Paris Descartes foi deixado em um estado deplorável, sem reforma. As câmaras frias não respeitavam mais as normas, corpos foram deixados apodrecendo, devorados por ratos", afirmou o presidente do Sindicato da União Francesa pela Medicina Livre Jêrôme Marty à revista RFI Brasil. Foi relatado que o espaço do necrotério estava em má condições, sem ventilação e mal cheiroso.

A instituição, alega o L’Express, violou condutas éticas básicas da custódia desses corpos, que foram doados para a ciência. "Os cadáveres eram vendidos para a indústria automobilística, para crash-tests, por exemplo. Havia uma monetização dos corpos, que eram comercializados, inteiros ou parcialmente", afirma Marty. Na prática, isso é desvio de verba da unidade pública, e diversas famílias prestaram mais queixas à Justiça.