A vítima, uma mulher de 62 anos de idade, não tinha acesso aos próprios documentos nem mesmo mantinha contato com familiares
Uma mulher britânica de 59 anos de idade foi sentenciada esta semana a pagar uma multa de 200 mil libras (aproximadamente R$ 1,2 milhão) por manter outra mulher, de 62 anos, em condições de escravidão por 16 anos em sua residência no condado de West Sussex, Inglaterra.
O Tribunal da Coroa determinou que a ré tinha recursos para compensar a vítima e estabeleceu a indenização em torno de R$ 1,2 milhão. Ela terá um prazo de três meses para efetuar o pagamento, sob pena de receber um aumento na sua pena de prisão.
Esse montante inclui os benefícios da seguridade social que foram desviados pela acusada e os salários não remunerados durante o período de 16 anos em que a vítima viveu em situação de escravidão, conforme relatou a polícia de Sussex.
De acordo com as investigações, a ré coagia a vítima a trabalhar em casas de sua propriedade na região de Sussex e também em Londres. Ela tomou controle das finanças da vítima, afastou-a de sua família e obrigou-a a realizar tarefas domésticas, incluindo cozinhar, limpar e cuidar das crianças. Frequentemente, a vítima era submetida a jornadas de trabalho de mais de 14 horas por dia, de acordo com informações da polícia.
Segundo informações do portal UOL, a acusada ainda abriu contas bancárias em nome da vítima, sacou dinheiro dessas contas e solicitou benefícios sociais em nome dela. Além disso, utilizou as contas bancárias da vítima para quitar as despesas de suas propriedades e registrou um carro no nome da vítima com a finalidade de obter vantagens fiscais e estacionar em vagas especiais.
Durante uma vistoria na residência, os investigadores encontraram os pertences da vítima empacotados em sacos de lixo preto, enquanto ela dormia no quarto das crianças.
A mulher estava privada de seus documentos de identidade, passaporte e cartões bancários, que foram encontrados em um compartimento trancado, juntamente com documentos financeiros emitidos em seu nome, referentes a endereços que ela não reconhecia.